28.2.06

DE BLOCO EM BLOCO
Estou à toa na vida, procurando o meu amor, vendo a banda passar cantando coisas de amor.

Depois do carnaval eu volto a postar.

Até breve.

25.2.06

QUANTO RISO, QUANTA ALEGRIA
Serpentinas cortaram o céu, riscando em tecnicolor o picadeiro voador do circo que enfeita a Lapa, cantinho tradicional da boemia do Rio de Janeiro. Sobre o tablado, quatro escoceses tinham a tarefa ingrata e ousadíssima de quebrar a rotina dos blocos carnavalescos que se instalara no Rio semanas antes. Repique e pandeiro cederam lugar à tríade guitarra, baixo e bateria. Pausa no samba, era o rockenrol que tomava a noite da última quinta-feira de assalto.

Mas o Franz Ferdinand conseguiu, a dois dias do início do carnaval carioca, arrebatar a Lapa com um show impecável. A banda literalmente fez tremer o Circo Voador, de maneira como há muito eu não via. A honestidade do som do Franz, sem frescuras, impressionou quem esteve presente. A empatia da banda com o público, que cantava em uníssono todas músicas, foi um show à parte. As 2500 pessoas que assistiram ao espetáculo exclusivo jamais se esquecerão do que presenciaram. Havia gente do Brasil inteiro, do mundo inteiro. Foi uma noite memorável.

O circo chorou lágrimas de confete, e nós voltamos para casa com a certeza de que assistimos a um dos mais extasiantes shows que já passaram pelo País.


* * * *
Videozinho do show roubado daqui.

22.2.06

DO SHOW DO U2
Me amarrei no Lulu Santos tocando baixo e no David Bowie bizarro suingando na bateria. De resto, o som do Bono é tão ruim quanto o biscoito. Mas ela gostou.

SPAGHETTI
Todos os dias, pontualmente às 19h, o tiro come solto na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Não há falha. Bateu 19h, é batata! E os calibres são diversos: há desde revólveres mixurucas que nem pena de bunda de galinha conseguem arrancar, até espingardas que derrubam elefantes.

Mas não é nada. Trata-se da novela Bang Bang, campeã de audiência entre os seguranças da ALERJ, que se reúnem no saguão todos os dias em torno de uma TV miúda para acompanhar, roendo as unhas, a violência lá no Velho Oeste.

Assistir à novela seria, arriscaria dizer, a atividade preferida dos seguranças da Assembléia. Mas bastar cravar 20h que o saguão da Casa fica pequeno para aqueles que acompanham, olhos atentos de condor, o TV Fama. Esse, sim, primeiríssimo lugar na preferência dos seguranças da ALERJ.

16.2.06

BUNDA NA PARADA

De tempos em tempos surge um filme que pretende trazer à luz um assunto polêmico, sobretudo para os americanos. Controladores da indústria cultural, são eles que escolhem os temas que serão abordados nacional e internacionalmente. E a pauta deste ano em Hollywood é o romance entre dois caubóis, vivido no fenômeno de crítica e exageradamente aclamado O Segredo de Brokeback Mountain.

Pois.

Cá na net, contudo, fenomenal são as paródias que não param de surgir sobre o filme. E muitas são realmente gozadas (sem trocadilho, por favor).

Eis algumas que separei:

No mato: Brokeback Island (baseada em lost)

De ver estrelas: Brokeback Trek (baseada em Star Trek)

Briga de espadas é o que traz o Romance Of The Jedi (baseada na trilogia Star Wars)

O óleo de máquina esquenta entre R2D2 e C3PO no The Empire Brokeback (baseada na trilogia Star Wars)

Doc e McFly trocando confidências em algum lugar do passado no Brokeback To The Future (baseada em De Volta Para O Futuro)

Dedo no anel é com o The Brokeback Fellowship (baseada em O Senhor dos Anéis)

Tom Cruise dá pinta em Brokeback Top Gun (baseada em Top Gun, Ases Indomáveis)

E pra finalizar...

Uma boiolice animada pra alegrar a garotada no Spongeback Mountain (baseada no Bob Esponja)

11.2.06

O PÂNICO DOS AMERICANOS

Ele é conhecido como “O Rei de Todas as Mídias”. Começou a sua carreira no rádio há quase 30 anos e, desde então, é seguido por uma legião de adoradores de fazer inveja a muitas estrelas de Hollywood. Da mesma forma que agrega em torno de si um número impressionante de fãs ardorosos, é odiado com igual intensidade por uma parcela da população. É considerado o segundo melhor apresentador de talk show de todos os tempos e sua estréia, no final da década de 70, é considerada um divisor de águas na história do rádio. Como se não bastasse, ainda ostenta a posição confortável de ser umas das personalidades mais bem pagas do seu país. Ironicamente também ostenta o título de apresentador mais multado pelos órgãos fiscalizadores em toda a história das transmissões radiofônicas. Pelo seu programa já passou uma constelação de estrelas de Hollywood, bem como celebridades de outras áreas. Mas o que ele gosta mesmo é de receber em seu estúdio atrizes pornôs, especialmente se forem lésbicas. De Jenna Jameson (uma das mais bem pagas atrizes pornôs dos EUA) a George Pataki (governador de NY), todos o respeitam. Sem mencionar John Kennedy Jr. que, quando vivo, era habitué do seu programa.

Seu nome?
Howard Stern.

Um judeu de 52 anos.
Americano.
Um fenômeno.

Mas ao contrário do que seu nome sugere, ele nada tem a ver com a cadeia de joalherias brasileira. Seu negócio é outro: rádio. Anárquico. Provocativo. Debochado. Hilário.

Porém, mesmo sendo responsável por apresentar uma proposta inovadora de programa, romper paradigmas há muito estabelecidos no rádio e, de quebra, antecipar involuntariamente a febre dos “reality shows” (ele tem como característica se expor e expor seus convidados), o radialista é um notório desconhecido no Brasil. Mas não por todos: o pessoal do Pânico tem em Howard Stern a sua maior fonte de inspiração. Sem o radialista americano nunca existiria o famoso programa da Jovem Pan.

Mas quem diabos é afinal esse cara?

Stern começou a sua carreira no rádio ainda na universidade, quando apresentava o programa "King Schmaltz Bagel Hour" na college radio da Boston University, na década de 70. Porém seu programa foi considerado muito anárquico e de difícil aceitação, o que levou a universidade a tirá-lo do ar. Recém graduado, começou a trabalhar em estações de segunda linha. Seu talento, mesmo atuando em pequenas rádios, pôde ser comprovado com a audiência que conseguia alcançar, o que lhe rendeu a fama de Midas, já que quando entrava em uma estação em crise, em pouco tempo a colocava em primeiro lugar.

O radialista ganhou definitivamente as manchetes dos jornais quando, ainda na década de 80, ligou para autoridades japonesas pedindo, no ar, a libertação do ex-Beatle Paul McCartney da prisão (Paul havia sido preso no Japão portando maconha, onde passara nove dias no cárcere). Outro fato que o levou às manchetes se deve ao episódio em que, logo após o massacre ocorrido na Columbine High School, em 1999, questionou em seu programa: “Esses garotos não tentaram fazer sexo com as meninas antes de matá-las? Já que você vai matar todo o mundo e depois se suicidar, por que não sai transando com as gatinhas antes? Se fosse eu, comeria todas!”. A atitude lhe rendeu pesadas críticas e seu programa foi censurado no Colorado. Mesmo assim, ele nunca se desculpou.

Entretanto, apesar do ato “não patriótico” e “irresponsável” revelado pelo episódio envolvendo o massacre, o radialista teve grande destaque positivo na época dos atentados de 11 de setembro de 2001. Enquanto a maioria dos profissionais de comunicação, amedrontados, evacuaram a cidade de Nova Iorque, Howard Stern e a sua equipe permaneceram em Manhattan transmitindo ao vivo os acontecimentos no calor dos fatos (sua cobertura, considerada a única fonte de informação sobre os atentados para grande parte da Costa Leste americana na época, pode ser baixada aqui).

Porém isso não o redimiu perante aos seus mais ferrenhos críticos – a classe conservadora americana. Após passar anos sofrendo com cortes e pesadas multas de órgãos como o FCC (Comissão Federal de Comunicação, na sigla em inglês), no final do ano passado Stern foi finalmente retirado do ar.

Dos tempos obscuros em rádios desconhecidas até chegar a uma audiência fiel de mais de 25 milhões de ouvintes diariamente, ele sempre trilhou um caminho fiel ao seu público. E esta fidelidade o recompensou com o sucesso em outros meios, tais como literário (através da publicação da sua autobiografia “Private Parts”), televisivo (Howard Stern Radio Show, exibido pelo E!) e cinematográfico (adaptação da sua autobiografia para o cinema).

Contudo, desacreditado com as FMs, o radialista pensou em se aposentar. Porém uma proposta ousada o faria abandonar a idéia. Em 2005 uma rádio via satélite (Sirius) ofereceu-lhe 500 milhões de dólares (!) por um contrato de 5 anos. Apesar da pequena audiência da rádio, em torno de 600 mil assinantes, Stern topou o desafio. E mais uma vez seu toque de Midas foi confirmado. A partir do anúncio feito pela companhia a respeito da nova contratação, o número de assinaturas saltou chegando a impressionantes 3.3 milhões, antes mesmo que o seu programa entrasse oficialmente no ar (o que só seria possível em 2006, devido ao contrato anterior). O fenômeno Howard Stern pôde ser sentido no Natal de 2005, quando os receptores da Sirius sumiram das prateleiras devido à grande demanda (havia filas de mais de nove horas para se conseguir um!), batendo pela primeira vez na história as vendas do iPod, que perdeu a posição para os aparelho da Sirius.

Mas a expectativa de voltar a ouvir o polêmico e controverso radialista só acabou no dia nove de janeiro de 2006, quando finalmente seu programa entrou no ar via satélite. A equipe continuou a mesma, com a adição de um novo membro: o hilário George Takei, ator que interpretou o capitão Sulu na cultuada série Star Trek, recém "saído do ármario" e que, no Howard Stern Show, faz as vezes de locutor oficial.

No último dia nove o programa completou um mês no ar com uma audiência batendo os 3 milhões de ouvintes. É pouco para um radialista com quase 30 anos de profissão, cuja voz já fora transmitida para mais de 20 milhões pessoas. Porém a decisão de Stern em pisar neste novíssimo território do rádio via satélite – proposta semelhante à das TVs por assinatura, onde a pessoa paga pelo acesso aos canais – representou mais um marco na história. E a sua influência já pode ser sentida. Recentemente a concorrente XM anunciou um contrato milionário (U$55 milhões) com Oprah Winfrey, numa tentativa de conter o avanço da Sirius.

A revolução já começou. A corrida pela conquista de mais esse território está a todo o vapor. A contratação de Stern entrou para as páginas da história dos meios de comunicação. Os carros americanos já estão substituindo os rádios tradicionais por receptores via satélite. Não se fala sobre outra coisa nos EUA...

Enquanto isso, no Brasil, nem uma linha sequer na imprensa.

Como diria George Takei: "Oh, my!"

Mas fã do radialista desde meu tempo de exílio além-mar, escrevo esse post como tributo pelas horas proporcionadas de programação hilária, que escuto diariamente em meu discman.



* para baixar os programas é necessário ter instalado o BitComet (2.81MB, gratuito).

10.2.06

COMUNICADO
Em breve um post do tamanho de três páginas do Word. É grande pra dedéu, eu sei. Icicialmente era para ser matéria de um site, mas o editor tirou férias e não será possível publicá-lo por lá. Portanto postarei aqui. O texto trata de um assunto interessante que, inacreditavelmente, passou batido pela imprensa brasileira. Se eu fosse você não deixava de ler.

Around Venus, o blog que conta.

;)

8.2.06

UMA CHAMADA PATÉTICA
TV ligada, Jornal da Globo rolando. Na tela, William Wack, olheiras da profundidade de um panda, rosto fechado formando um vinco na testa, uma veia saltando da têmpora esquerda, de olhos fixos no monitor, solta em tom grave:

Morrem mais quatro pessoas na crise dos QUADRINHOS do profeta Maomé.

7.2.06

SPAM FROM HELL
- ou lixos que me chegam por e-mail.

Data: Tue, 7 Feb 2006 17:27:41 +0000 (GMT)
De: Panteras
Assunto: Festa
Para: aroundvenus

O brinde de aniverásrio da série Panteras não é feito com champagne. É feito com leite, muito leite. Os próximos lançamentos serão uma explosão de tesão. Garanta já o seu.




Tá.

5.2.06

MORDI A LÍNGUA
Eu tinha implicância mortal com George Clooney desde os tempos em que ele fazia o Dr. Ross no "Plantão Médico" (bicho, que série MALA!). A implicância chegou a níveis insuportáveis quando ele encarnou o homem-morcego na fracassada seqüência de Batman dirigida por Joel Schumacher, em 1997. Começou a diminuir, no entanto, quando Clooney assumiu a produção executiva do filme "Código de Ataque" - remake para a TV, todo
em digital e transmitido ao vivo, do longa "Limite de Segurança", de Sidney Lumet. Apesar da semelhança explícita com o enredo do espetacular "Dr. Fantástico", de Kubrick, "Código de Ataque" foi definitivo para que eu começasse a rever meus conceitos sobre o ator.

E o que era implicância, tornou-se admiração.

Explico:

Good Night, and Good Luck, filme que retrata um período negro da democracia americana sob a semi-ditadura do macartismo, é simplesmente uma obra prima. A direção e o roteiro de George Clooney são irretocáveis. Os diálogos e atuações, impecáveis! Um grande filme como há muito eu não via. Filme pra pôr na estante.

Como dizem lá fora, two thumbs up pra George Clooney!

2.2.06

DAMN IT!
Esqueci o guarda-chuva no ônibus.