A ARTE NA GUERRA
Aos 11 anos, de calça curta e sapato envernizado, meinha branca esticada no tornozelo, ele já tocava na banda da cidade onde morava - Grant City, no estado do Missouri. Adolescente, já no Colorado, dividido entre o futebol americano e a música, começou a manifestar interesse pelas orquestras de baile. Não tardou, montou a sua primeira banda, ainda de forma amadora. Foi na universidade, no entanto, que Glenn Miller decidiu seguir a carreira musical profissionalmente, no comando da Miller Orchestra. As turnês logo se multiplicaram. Todas bem sucedidas, confirmadas pelos salões sempre cheios. As pequenas, sapatinhos de boneca, vestidos comportados, conduzidas pelos cavalheiros, se encantavam. Pois no auge do sucesso, quando os Estados Unidos se preparavam para entrar na Segunda Guerra, Glenn Miller foi atacado por um sentimento nacionalista e, então, com 38 anos, decidiu se alistar nas Forças Armadas Americanas. Sua idade era muito avançada para servir no front e seu pedido fora negado de imediato. Não satisfeito, enviou uma carta ao general Charles Young, do exército, se oferecendo para levar um pouco do swing aos combatentes além-mar. O apelo colou e o maestro logo entrou para a tropa, como capitão. Seu trabalho junto aos combatentes durou pouco mais de um ano. Neste período, dirigiu uma banda formada por 50 oficiais do exército, elevando a moral e trazendo um frescor da América aos soldados servindo na Europa.
O resto da história, que infelizmente não tem um final feliz, você pergunta ao seu avô. Se você não tiver um velhinho que te conte histórias, então deixe que a wikepedia o faça.
E assim, com Glenn Miller, em grande estilo, finalizamos a série de posts em homenagem a Joel Silveira e a sua cobertura da Segunda Guerra Mundial. Como sugestão, deixo o fabuloso disco Army Air Force Band, regado a naipe de metais classudos, com arranjos que remetem aos anos dourados americanos. Finesse pura, rapaz.
Como o Around Venus preza pelo seu ÚNICO leitor imaginário, não poderia deixar de disponibilizar uma faixa do disco para download. Então corre e baixa aí Peggy the pin-up girl, um dos hits entre os militares que voltavam das trincheiras sangrentas. Mas corre que o link expira em uma semana, como de praxe.
3 comentários:
Leitor imaginário? Fiquei ofendido...
Já está vendendo o Franz
Ferdinand na fundição. Qual vai ser?
Qual vai ser? Já é!
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