A PERDA DO CAREQUINHA E O FIM DA INOCÊNCIA
Com toda essa triste história da morte do Carequinha, estive pensando aqui: já reparou como a maioria dos animadores de festa infantil hoje em dia, quando não é viado, é tarado? Veja o mágico. O mágico tem todo aquele ar misterioso, roupa preta, capa de cetim gelado e brilhante feito cama de motel, varinha de condão fininha e cartola comprida tampando a cabeça suada - meio caminho andado pra rifar a bunda.
Pois bem.
Aí você leva o moleque no aniversário do amiguinho do colégio: dança das cadeiras, cabra-cega, pique-pega.... Hora das mágicas!
Um fumacê danado. E surge, segurando pra não tossir, no meio da fumaça azeda de enxofre, um patife todo de preto de nome mister alguma coisa. Uma música de suspense decadente, no fundo, toca em loop. Êxtase.
Você se pega roendo a pontinha da unha. O mágico chama seu filho, garoto gordinho de perninha de índio, a boca melada de maçã do amor, comendo jujuba como quem masca fumo.
Então o mágico pede pro moleque enfiar a mão no bolso direito da calça. O garoto não hesita: mete a mão no bolso do mágico certo de que irá tirar um pombo bem branco lá de dentro. A mão escorrega cada vez mais fundo e, quando o moleque se dá conta, o bolso é furado: em vez do pombo da paz, um cacete em riste. O mágico, olhinhos virando de êxtase, joga a capa por cima do garoto e some novamente, deixando para trás o rastro de fumaça azulada. A molecada aplaude entusiasmada. Você fica segurando a maçã do amor mordida.
6 comentários:
Caraca.
Muito bom texto, mas deveras badtrip, hein?
:*
medo do mágio!!!
e vc não presta! hahahahahhah
O moleque segurou a bengala do mágico.
Aê, Nhê Nhê Nhê comentou lá no Barroso. Viu!? ;P
????? Vai se fuder, rod
Rod só monitorando! hehehehe
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