31.5.05

DE PARIS
A conferência que fiz foi muito elogiada e querem que eu envie o artigo para publicar. Foi um dia inteiro de trabalhos: historiadores, demógrafos, economistas, arquitetos, sociólogos, militantes das associações de bairro e antropólogos estiveram reunidos numa excelente discussão.


Edouard (o velho anarquista e bombeiro aposentado) e Augustin continuam em Belleville. Henri, o libanês que tinha uma fabriqueta de sapatos aqui na "cour" do prédio (o tal que era amigo de Elke Maravilha, imagine só!) foi obrigado a fechar a fabriqueta e se mudar. Começam a se estabelecer por aqui moradores de classe média intelectualizados, arquitetos e outros profissionais liberais. O emburguesamento do bairro é gritante.

Aquele senhor da épicerie Le Caire sempre pergunta por você e por sua irmã, com saudade dos dois. Toda vez que estou em Paris passo lá para falar com ele e com os outros comerciantes de Belleville com os quais acabei estabelecendo relações. Bernard, o policial, sempre que me vê pela rua me dá quatro beijos e insiste para que eu lhe acompanhe nuns tragos de démi, aquela bebida que eu e você tomávamos no café da Sorbonne. Bernard acha que faço parte do bairro e sente falta quando não apareço para conversar aquelas loucuras sobre a historia dos franceses na América. Aqui me sinto em casa. Tenho muitos amigos e posso contar com eles caso precise.

No final do mês vou coordenar um congresso internacional em Paris. O colloque vai reunir 14 pesquisadores de toda parte do mundo, vai ser muito interessante. Gostaria que estivesse aqui comigo...

* * *
Trecho de um e-mail que recebi há pouco do meu pai.
Gostei e postei.
C'est tout.

29.5.05

SÓ FALTOU O FEIJÃO AMIGO
Quero participar a poucos que ontem fui ao samba. Sim, ao SAMBA. E não a um samba qualquer. Fui a um terreiro, nos cafundós. E dancei. Aliás, sambei; sambei pra dedéu. Os populares requebrando como se o carnaval não tivesse acabado, era bonito de se ver. Todos cantando com os clássicos na ponta da língua. Linguas salgadas com o toque do suor que escorria das testas franzidas, acusando o esforço para alcançar aquele agudo. Eu fingia que cantava - nessas horas, é o chiclete que salva! Mas como estar integrado ao baticum, em júbilo, era o que eu queria, quando chegava um refrão, a plenos pulmões, eu era só:


"Amor-o-orrr, laiá laiá laiá / Oh, meu grande amor, laiá laiá".
Havia sempre trechos assim. Impressionante. Aí eu cantava feito mestre e roubava a cena do pretinho com o microfone ao fundo.


Ah, não poderia deixar de participar, ainda, que conheci uma celebridade b. A famosa de elevado quilate atendia pelo nome de THAIS-DO-BIG-BROTHER.

Mas o prazer só foi possível graças à cola de um amigo, que, ao pé do ouvido, cantou-me quem era a moça: "Essa gostosa que veio toda serelepe falar com você era aquela mina do BBB"

A pequena era jeitosa, carinha de sapeca. Os quadris? Requebrava que só.

Agora quero ir à gafieira.
E de saltinho carrapeta, calça com vinco retinho e
camisa bacana de seda...
Ah, se quero!
Alguém?

AROUND VENUS INFORMA
Controle e biscoito nas mãos, daqui a pouco tem MARATONA LOST.

Portanto, nas próximas horas estarei absorto em frente à TV. Voltarei mais tarde, após essa agradável perda de tempo que é assistir ao Lost, para catar mais um punhado de milho aqui.

27.5.05

LAÇOS DE FAMÍLIA
Helena Ranaldi alisa um corcel negro, que se arrepia ao toque da morena.

- Você é um garanhão, um reprodutor como poucos. Um cavalo lindo que precisa ser amansado...

A câmera passeia lentamente pelo lombo do animal, acompanhando o toque ambíguo de Helena.

Corte. José Mayer entra no estábulo. Voz trêmula.

- Quem precisa ser amansado sou eu. Tô que não me aguento mais. Vem me Acalmar!

E eu havia esquecido como é bom ver TV à tarde.

FINISH HER
Um panguá surge out of the blue e dá uma voadora numa mulher, que tomba num golpe digno do clássico Mortal Kombat. A vítima, uma babá que havia sido flagrada zurzindo um bebê. A história passou no Ratinho, quando ainda era freakshow. O golpe do rapaz, que calçava chinelas, aplicado com maestria, ficou conhecido como "Losango Aberto".

"Divina vai ao chão, seu vestido é consumido pela poeira. Chora. Lindomar ri, a tarefa está completa e, assim, desaparece na multidão."

Na Internet, o apólogo virou cult.

Então, se você tem tempo a perder, conheça
LINDOMAR - O SUB-ZERO BRASILEIRO.
Eu já perdi o meu.

Vídeo
Comunidade no Orkut
Disco do Lindomar
Uma livre adaptação da história

26.5.05

REMEMBER, THE FARM WILL BE WITH YOU ALWAYS



SEN-SA-CI-O-NAL
Se eu fosse você, clicava sobre a imagem.
É batata!


(veja com som)

Via:
Organic Trade Association

2 +2 = MÚSICA


Em 1986, pouco depois de concluir a pós-graduação em Havard e se tornar PhD em Matemática, um rapaz desenvolve um software que iria revolucionar os meios de produção da música digital. Nomeia-o MAX/FTS, em homenagem a Max Mathews. Precursor na utilização de interface gráfica em plataforma Machintosh, não demorou para que o aplicativo se tornasse referência entre produtores e artistas. Seu sucesso baseava-se num novo conceito de "Programação Orientada por Objetos", que apresentou ao usuário um ambiente de programação bem mais amigável do que os tradicionais orientados por códigos.

E a mente brilhante por trás dessa história atende por Miller Puckette.

O interesse de Puckette em aplicar conceitos matemáticos na música começou cedo, na graduação, quando ainda era aluno do poderoso MIT (Massachusetts Institute of Technology), onde dividia o espaço com os os maiores cérebros do planeta. De lá foi para Havard e, mais tarde, desembarcou em Paris, integrando-se ao IRCAM (Institut de Recherche et de Coordination Musique Acoustique), fundado pelo genial maestro Pierre Boulez, um dos mais importantes músicos contemporâneos do mundo. E foi justamente no IRCAM que o erudito matemático começou a desenvolver seus softwares, chegando ao revolucionário MAX/FTS.

Hoje Miller Puckette ocupa o cargo de Diretor Associado do Centro de Pesquisa e Computação em Artes da Universidade da Califórnia (CRCA, na sigla em inglês). Como tal, continua desenvolvendo aplicativos voltados para a produção de música eletrônica. Atualmente está aperfeiçoando um novo sistema de programação visual para manipulação de áudio vídeo e gráficos em tempo real. O nome da ferramenta, distribuida gratuitamente, é Pure Data ("Pd") e roda em sistemas como Windows, IRIX e Linux.

Porém o que me intrigou realmente foi o seu estudo intitulado "THEORY AND THECHNIQUES OF ELECTRONIC MUSIC", um tratado sobre produção musical todo baseado em matemática. O trabalho, segundo ele, é focado exclusivamente naquilo que as pessoas chamam de "música de computador". E aos mais animados o autor faz um aviso: "Para ler este livro, o leitor tem que ter um conhecimento razoável de álgebra e trigonometria".

Você ainda tem alguma dúvida de que Miller Puckette ROX?!

22.5.05

ISSO NÃO É UMA RESENHA
Todo esse papo sobre Bienal do Livro só não me encheu tanto a cabeça porque tenho evitado os jornais nas últimas duas semanas. Minto. Tenho lido a Folha e O Globo. Do primeiro, os quadrinhos do Sieber e Angeli; do último, os do Chris Browne e Henfil.

Mas os jornais continuam caindo na minha varanda. E cedo, antes da alvorada, quando o jasmim do quintal inda veste aquele colar de contas de cristal que logo serão desfeitos pelo raiar do dia.

É insistente, o paperboy.

E olha que no final do ano passado, na época em que todos os criados resolvem pedir uma caxinha pelos serviços prestados ao longo do ano, eu não dei uma moeda sequer. Em vez de dinheiro, devolvi o cartão com um bilhete:

"O trabalho é uma benção de Deus"

Bom,
a Bienal.

Logo na abertura, a premiada escritora Lygia Bojuga, que recebeu o Astrid Lindgren Memorial Award recentemente pelo conjunto da obra, critiou a organização do evento. Disse, em poucas palavras, que o Riocentro é inadequeado para aproximar o público do livro, o que só elitiza o ato de ler.

Choveram críticas contra a respeitável senhora.

Disseram que o Riocentro, ao contrário do que Bojuga pregava, aproximava os moradores humildes da Zona Oeste, carentes de leitura, justamente pela sua localização - pra lá do fim do mundo.

Patifaria!

Com entradas a R$10 (não havia meia para estudantes) mais R$10 de estacionamento, sem contar com os adicionais como água, lanche e, obviamente, algum livro, o preço do passeio saltava para valores proibitivos.

Mas ouvi dizer que fora um sucesso, o evento.
Não duvido.
Os convidados e lançamentos estão aí pra provar.

Lolita Pille, a francesa "psycho-bitch-junkie", flanou feito maria-fumaça pitando seu cigarro pelos pavilhões, arrancando suspiros da petizada que ouve Nightwish.

Tom Wolfe, o "mito", deixou claro que o que mais lhe interessava era saber onde ficava a Favela da Rocinha. Achou ducacete. Na Bienal, falou bobagens.

Até um ex-participante do Big Brother estava lá lançando livro. Dizem que atendia pela alcunha de Jean Willys, provavelmente encaixado por engano no rol das atrações internacionais. O auditório lotou.

Teve também a presença de Jô Soares, cheio de pompa, lançando o seu "Assassinato na Academia Brasileira de Letras", que se passa no Rio dos anos 20. Por quê? Com a palavra, o gordo:

Tenho saudade de um tempo glamouroso que não existe mais, quando podia-se ir de relógio e corrente de ouro à praia.

Certo, biscoito.

VOCÊ FOI À BIENAL?
NEM EU.

PERGUN
Por que as pessoas com os maiores números de amigos decididamente são as mais chatas?

IS THERE ANYBODY THERE?
Você sabe que há algo de errado quando o dia começa lindo, vai perdendo o vigor e à noite um vendaval impõe uma queda de temperatura nonsense pros padrões do Rio de Janeiro. Aí você vai a uma festa gótica, todos de preto, assiste a um show de goth-industrial-gore e os demais adjetivos subseqüentes e então assume para si mesmo que, apesar de saber que é uma bosta, realmente achou sensacional. E quer mais.

Nope. Eu não sou gótico, por deus!
Tenho medo de defunto à beça.

MAS ESTOU PREOCUPADO.

20.5.05

STAR WARS EPISODE III VAZOU!
Estou postando no calor da emoção.

Fato é que acabo de receber a notícia de que "Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith", o último e mais aguardado capítulo da saga criada por George Lucas há quase 30 anos, já está disponível na rede. A comunidade Jedi está em polvorosa. Eu que, apesar de tentar, não consigo esconder meu lado nerd, também (nesse momento verto uma lágrima, que escorre em um fio quente pelo rosto sonado).

Eis uma prévia: starwars_ep3_leaked_workprint_sample.avi
Para trazer o filme completo pra dentro de casa, basta apontar o browser para o tracker Bittorrent que mais lhe apraz.

Maiores informações o internauta sagaz pode encontrar aqui.


Deixa eu ir lá porque tenho que iniciar meu download.

CHAME NO PLAY

Meu CD é de qualidade tem até selo do Inmetro / Os polícia a gente compra, dá dez conto e passa reto / Se tu tá desempregado, igual a toda a nação / Pra que comprar original quando tem o piratão?

Pois.

Esta é a melô do "Piratão", do recém lançado álbum do Quinto Andar, coletivo de rap escrachado dos MCs De Leve, Shaw, Kamau e mais alguns comparsas espalhados pelo Brasil.

O clipe da melô acabou de sair do forno e ainda está pelando. Todo rodado pelas ruas atulhadas do Centro de Niterói, no Rio de Janeiro, o vídeo é mais uma produção com o selo de qualidade soberba da PEPA FILMES.

Portanto, apontar o browser para o link que repito aqui é uma ordem.

E tenho dito.

18.5.05

KYNEMA
Tava dando uma googlada sobre o pseudo-cinema tupiniquim, mas precisamente naqueles da boca do lixo, e caí, obviamente, como não poderia faltar na rede, numa das muitas referências a respeito do filme "proibido" da Xuxa: "Amor, estranho amor", de Walter Hugo Khoury.


O diretor, pra quem não sabe, é o gênio por trás de pérolas como "Prisioneiros do Sexo","Eros, o Deus do amor" e o genial "Eu", com Tarcisio Meira envolvivo num triângulo amoroso onde até a filha o vovô-garoto traça. A tara de Tarcisão por pescoços de outrem é caso à parte e dá um toque magistral à película. Sem contar com a participação relevante de Monique Evans, que surge do nada, se despe e fica andando de um lado pro outro, peitinho empinado, falando palavrões: não faltam caralhos na boca da morena.

Arte!

Mas não quero falar sobre o mestre. Tampouco sobre a rainha que fez a alegria do piá no soft-porn "Amor, estranho amor."

Peço a palavra pra tratar de questão mais nobre, portanto.

Amantes do cinema pátrio, regozijai!
Através de extensas googladas, fui conduzido à Shangrilá do nosso cinema marginal. Infelizmente o paraíso em forma de locadora fica longe, lá em Pernambuco.

Mas navegar pelo acervo de filmes nacionais da loja é programa obrigatório, pode acreditar.

Só lá você encontra pérolas da sétima arte como:


"A Baroanesa transviada" (com Dercy Gonçalves)
"A difícil vida fácil" (genial trocadilho!)
"Espelho de carne" (com a cena clássica de Denis Carvalho e Daniel Filho apostando no pôquer quem vai dar pra quem)
"Eu transo ela transa" (bela conjugação verbal)
"Com a cama na cabeça" (sem comentários)

E até o inacreditável "Costinha, o libertino"

Cousa fina.

*Um adendo: como aqui nessa terra de ninguém impera a contradição, depois de rodar filmes tão inspirados, Walter Hugo Khoury dirigiu o lúdico "Monica e a Sereia do Rio", uma animação em parceria com Maurício de Souza, o nosso Walt Disney wannabe - porque alguém "gotta do the dirt job"!

PERGUN
Por que diabos a pessoa que senta atrás de você no ônibus nunca se decide se vai manter a janela aberta ou fechada?

ALVORADA VORAZ
Deitado, naquele estado semi-acordado, oiço um bem-te-vi cantar. "Que sonho mais bicha!", pensei na hora, "Onde estão as gostosas?"

O canto torna-se mais alto.

Vejo que, ao contrário do que imaginava, estou acordado.
O passarinho insiste na cantata matutina, agora com um par.

Olho pela janela e lá estão as duas aves, de olhos fechados e barriga estufada, cantando em uníssono em cima do galho capenga da árvore. Êxtase.

O sol acarinha meu rosto amassado, que tento afundar debaixo do travesseiro.

Comercial de margarina total, lá fora.

Pior que acordar com um bem-te-vi cantando no seu ouvido, só uma cigarra. Tá pra nascer bicho mais irritante no mundo. Nem a formiguinha atura! É tão chata, a dona cigarra, que canta agarrada no tronco sem parar, até secar. Um timbre grave, parece voz de fumante crônico.

Acordei de mau-humor.

Bichos idiotas.

GOT MILK?
Msn.
Madrugada de terça pra quarta.
Um amigo entra e eu inicio uma conversa:

-FALA
-fala
-BLZ?
-blz!
-E AÍ, QUAL A BOA DA NET?
-rapaz, nem me fale. hoje já toquei duas nervosas aqui. a mamadeira tá vazia.

GEMEIO
Tens convites do Gmail sobrando? Quer fazer uma caridade e enviar para alguém? Então siga o link. Eu, todavia, tenho mais de 50 e não quero convidar ninguém. Gosto de, todos os dias, dar um confere e vê-los perecer em silêncio na minha conta gigantesca.


Um fetiche.
E dos bons!

A minha caixa de mensagens? Tirando umas mulheres peladas, celebridades "b" banhada em Photoshop, não tem mais nada.

17.5.05

DAMN IT!
Continuo casmurro com o layout dessa joça.

Villas, quando cansar das pautas sobre a indústria naval, que tal brincar um pouco de html e dar uma repaginada aqui, sob minha fiscalização?

Não tenho conseguido dormir.


O blog tá fêo que só.

E não sou neurótico, PORRA!

Lhos garanto.

NOTA MENTAL
Agora os posts terão título.

*Poupem-me do convite para me foder.

Foi domingo passado. Aliás, retrasado. Mas a data não importa, porque é questão recorrente na imprensa brasileira - que vem caminhando, não é de hoje, para um beco úmido e escuro de mediocridade. Contudo não se trata de dissertar sobre os caminhos da imprensa. Tou fora. Deixo isso pra minha tese de mestrado. Ou mesa de bar.

Fantástico.


Falo sobre a "revista eletrônica de entretenimento". Prestes a entrar o comercial, a voz épica de Cid Moreira faz a chamada:

"Daqui a pouco, depois dos comerciais, saiba tudo sobre os segredos de beleza da mais bela múmia do Egito."


Vai faltar gaze nos hospitais...



Grotesco.

16.5.05

Raios. Além de não conseguir um layout decente, sou impossibilitado de postar do trabalho. Ora, fiz essa tranqueira justamente pra tornar menos insuportável as horas de labuta. Sem contar que é mais uma desculpa pra eu fritar minhas já combalidas retinas em frente ao monitor.

Mas sou petulante, posto de casa.

(E as luzes se apagam. Um único spot incide no meu rosto. Câmera de baixo pra cima, ângulo dramático. Close. E gargalho feito Zé Pilintra)

15.5.05

- Vou fazer outro blog.
- E pra que você quer um blog?
- Sei lá, pra nada.
- Você é doido...

Pois.

Eis o "Around Venus", que poderia se chamar "Around Pluto", mas soaria como o cachorro paspalho de Walt Disney. Ou como puto, a "four letter word", como costumam dizer os anglófonos. Não. Fico com Vênus mermo, que ao menos é mulher formosíssima. Além de peculiar planeta. Inferior, é verdade, costumamos aprender na escolinha. Também o mais brilhante do nosso Sistema Solar - e ainda assim um mundo nebuloso.

Então isto é sobre nada.
Pra falar de tudo.
E mais nada.
E é tudo.


"Destination Venus more than darkness lies between us
Twenty million miles of bleakness - human weakness
Holding my receiver I can feel you coming nearer
Probing through the airwaves clearer - clearer clearer"

- Rezillos