13.11.09

Mexilhão ao mar


Após dois anos de atraso, finalmente a jaqueta da plataforma de Mexilhão ganha o mar, ainda que, de início, deslize sobre as águas mansas da Baía de Guanabara, embarcada em uma balsa guindaste. A jornada até o destino final será longa, no entanto. Chegará ao fim na Bacia de Santos, a cerca de 140 quilômetros da costa de São Paulo.

Por enquanto, a espetacular estrutura ainda pode ser vista no estaleiro Mauá, ao lado direito da ponte Rio-Niterói (direção Niterói), logo após a Base Naval de Mocanguê.

Segundo o gerente de implantação de Mexilhão da área de engenharia da Petrobras, Márcio Alencar, a plataforma zarpará no verão, época em que as condições do mar são mais favoráveis.

Quando instalada, em pé, a plataforma terá 230 metros de altura, mais do que o dobro da altura do edifício sede da Petrobras, no Rio, que conta 29 andares distribuídos em 108 metros de altura.

No auge da operação, o campo de Mexilhão produzirá 15 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, metade do limite de importação do gasoduto Bolívia-Brasil. Transportará também, de carona, o gás produzido no megacampo de Tupi, no pré-sal.

A plataforma de Mexilhão é a maior estrutura metálica “offshore” de petróleo e gás do país. Segundo a Petrobras, ela entrará em operação em 2010.

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30.10.09

Um caminho no lixo: catador encontra redenção em caixas de papelão

Niterói é uma das duas melhores cidades para se viver no estado do Rio, segundo recente pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Perde apenas para Macaé, onde chovem petrodólares. A pesquisa tem como base a qualidade da saúde, educação, renda e emprego. Atividades informais estão descartadas, o que faz com que o catador de papel José Carlos Martins não exista para a pesquisa.

Seu Zé, como é conhecido, está na rua desde 1995. "A falta de trabalho me empurrou para a informalidade", diz o catador de papel de 39 anos, enquanto empilha caixas vazias sobre a carroça numa esquina de Niterói. A atividade é tão pesada quanto na construção civil, onde já deu expediente. No entanto, é senhor da sua rotina e não responde a superiores: “Trabalho seis horas por dia, faço meu horário e não tenho que ficar ouvindo ordens. Na rua é muito ‘maneiro’, tiro em média R$ 25 por dia”. Com o dinheiro, sustenta casa, duas filhas na escola (“disso eu não abro mão”) e está construindo outra residência no bairro Riodades. José Carlos está feliz, mas nem sempre foi assim.

Antes de encontrar-se, seu Zé andou perdido, praticando assaltos pelas ruas do Centro de Niterói: “Eu era ladrão”, diz de maneira direta, sem falso moralismo. Mas não era adepto da violência: “Nunca fiz mal a ninguém, sempre fui medroso. Roubava e saia correndo, morrendo de medo do cara me bater”. A vida de bandido terminou atrás das grades, onde passou quatro anos de cão. No cárcere, sofreu inúmeras humilhações pelos policiais, sentiu saudade da liberdade, dos amigos. Apanhou bastante. Quando saiu, decidiu mudar de vida: “A cadeia me ensinou muita coisa. Principalmente que eu não quero nunca mais voltar para lá”.

E foi um agente administrativo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) quem lhe iluminou o caminho, apontando a reciclagem como ramo promissor. Seu Zé embarcou na onda e, desde então, cata papel no mesmo ponto há dez anos. “Eu retiro da rua o que as pessoas largam para trás. Tiro do lixo o meu sustento”. Seus ‘clientes’ vão desde as lojas de informática do Centro à Universidade Candido Mendes. Mas nem sempre o que está no lixo é lixo, ele nos ensina. “Já achei muita coisa boa. Certa vez catei uma caixa com 600 celulares novos. Pra tirar do lugar foi difícil, mas pra vender foi fácil, fácil. E faturei uma graninha”.

No lixo, José Carlos aprendeu o valor da reciclagem, não só o financeiro como, sobretudo, o ecológico. Apesar de não existir formalmente para a sociedade, tampouco entrar no índice da Firjan, seu Zé segue orgulhoso com seu trabalho de catador, certo de que está contribuindo, e muito, com o meio ambiente: “Eu ajudo muita gente. Uma garrafa pet demora 200 anos para se decompor. Eu faço ela sumir em 10 minutos”.
Obrigado, seu Zé.


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Essa vai para o presidente Lula, que ontem sugeriu que os jornalistas esquecessem a pauta do editor e fossem às ruas atrás dos personagens marginalizados pela nossa sociede: "Vocês (jornalistas) têm aqui a oportunidade de fazer a matéria da vida de vocês", disse o presidente em seu discurso na inauguração da Expocatadores (Exposição Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis) ontem, em São Paulo. Lula concluiria mais adiante: "Aí vocês vão compreender por que a figura do chamado formador de opinião pública, que antes decidia as coisas nesse país, já não decide mais. É porque esse povo já não quer mais intermediário."

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Em tempo: escrevi a matéria sobre o catador de papel há alguns dias, antes de qualquer sugestão presidencial. Mantive-a na gaveta aguardando uma boa oportunidade para publicá-la. Eis que chegou o momento.

Não fiz a matéria da minha vida, mas fiz da do Seu Zé.

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27.10.09

Novidades no Blog

Instalei dois novos dispositivos aqui no Around para tornar a navegação de vocês ainda mais agradável. Os gadgets estão disponíveis no blog desde ontem, e podem ser acessados ao final de cada post. Abaixo, um pouco sobre cada um deles.

** O primeiro é um serviço de compartilhamento que reúne diversas mídias sociais.

A função do gadget é simples: permite que o leitor divida com sua rede de relacionamentos os posts que mais lhe interessar. Também possibilita a inclusão de posts em seus favoritos, agregadores de conteúdos e até mesmo no Twitter. Há também a opção de imprimir determinados textos ou enviá-los por e-mail, à escolha do freguês.


** O segundo é um sistema que "resgata" posts antigos já publicados por mim aqui no blog, relacionando-os com os textos atuais a fim de estimular a navegação no vasto arquivo do Around.

Em outras palavras: o sistema convida o leitor a mergulhar fundo no universo do Around Venus e, porventura, surpreender-se com assuntos tratados aqui outrora. Para o bem ou para o mal.

São dois serviços bastante úteis que tornam a navegação muito mais rica e dinâmica. Tudo simples, a um clique de distância.

Lembrando que a área de comentários continua disponível. Ela é de vocês!

Portanto, leiam, naveguem à vontade e conheçam um pouco do meu trabalho feito aqui neste universo paralelo.

Em breve, mais novidades por aqui.

Around Venus, use SEM moderação.

;)

23.10.09

LUA DE FEL

Shanti, Thathy, Hyppnos Club, Oniks, Inlakech, E-jekt, System Nipel, Raja Ram, Akasha, Edrixx, Exaile, E-Cox, Quantze...

Por que raios DJ/festa de música ruim tem nomes impronunciáveis, azedos?

Veja como as alcunhas têm sonoridades ásperas, cheias de arestas.

Trance é trevas.
Acho.

21.10.09

PRATA DA CASA: CAMPANHA DO BANCO CENTRAL É QUALQUER NOTA

Você não tem nota em vez de moedas? Quando o pessoal da contabilidade da empresa faz a conferência, sempre conta errado. Eles sempre dizem que está faltando dinheiro no caixa do ônibus. Não sei o que eles arrumam, só sei que contam tudo errado. Aí, já viu, descontam do nosso salário. Odeio moeda!

- Disse-me a trocadora da Viação Santo Antônio, linha 39 (Piratininga-Centro), em Niterói.

É neste cenário que o governo, através do Banco Central (BC), lança hoje uma campanha milionária para estimular o uso de moedas pelos consumidores.

Segundo estudo encomendado pelo BC, cerca de 50% dos 15 bilhões em moedas cunhadas no Brasil não estão em circulação, mas sim guardadas nas casas das pessoas. Algo em torno de R$ 7,5 bilhões adormecidos em algum canto.

Para estimular a circulação desse ativo, o governo investiu R$ 12 milhões na campanha publicitária. Programadas para serem exibidas até o final do ano, as peças serão veiculadas a partir de hoje no rádio, TV, internet, jornais e revistas.

Mas, sem querer pôr caroço no angú da colônia, a tirar pelo relato da trocadora do ônibus, acho que a campanha não vingará.

Fora que dizer que "quando você usa suas moedas, elas viram um lanche delicioso" (fazendo referência a um imenso cheeseburger) é um desserviço para o Ministério da Saúde.

Resolve-se o problema das moedas encalhadas, mas cria-se um outro muito maior de saúde pública.

É o gatilho.
E faltou tato.

19.10.09

O PRÉ-SAL E O PRECÁRIO


Um ônibus da Viação 1001 seguia veloz na ponte Rio-Niterói, como se não houvesse amanhã, com a tampa do motor levantada abanando ao sabor do vento, revelando a gambiarra do motor e colocando em risco quem vinha atrás.

Ao fundo, em contraste, uma imponente plataforma (ou sonda, como queiram) de petróleo jaz no meio da Baía de Guanabara, nosso lindo cartão postal.

O registro feito por mim quarta-feira passada foi publicado também no Ancelmo Gois.

13.10.09

 RIO, SEGURANÇA DE PRIMEIRO MUNDO

As novas cabines da Polícia Militar espalhadas pelo Rio são bacanas que só. Dentro, cadeiras confortáveis, uma mesa para despacho, bebedouro e ar condicionado modelo split dos bons.

Anexo, um banheiro completo.

Há também uma simpática persiana, que o tira costuma manter fechadinha da silva durante o plantão: lá fora muito sol, atrapalha a soneca.

Inda bem que é blindada.

E o Brasil?
Verde e amarelo.

A propósito, é que essa era das antigas.
Arrasa, nem!

2.10.09

NOVO GAME: SEJA UM RONALDINHO SKYWALKER



O chapa Thiago Dias, parceiro deste astronauta que vos fala em projetos para conquistar o mundo e editor fera do Globo Esporte.com, acaba de criar um videogame batuta sobre a Liga dos Campeões -- o campeonato europeu de futebol organizado pela UEFA. Tendo como inspiração o clássico filme Star Wars, de George Lucas, o jogo traz os super jogadores Kaká, Cristiano Ronaldo, Pato, Messi e Ronaldinho como cavaleiros "jedis" em uma aventura estelar para vencer o lado negro da Força. O charme fica por conta do design dos personagens feito pela turma da editoria de arte do site, que lemba os blocos Lego. O game pode ser jogado online, direto da página do Gobo Esporte.

À luta, cavaleiros!

Em tempo: o grau de dificuldade é elevado, como no campeonato europeu.
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RIO 2016: DESAFIO OLÍMPICO


Por falar em esporte, foi linda a vitória do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016. Houve, cá e ali, certo excesso de ufanismo, não neguemos. O clima de "já ganhou", antes do resultado oficial ser divulgado, também estava demais da conta. Irrita. E se perdesse?

Mas o evento pode, sim, ser um grande alento para a "cidade desespero". Representa uma oportunidade ímpar para o Rio entrar nos eixos, definitivamente. A cidade merece esta chance. Só não pode empurrar a "sujeira" para debaixo do tapete, como fizera no século passado, na Eco 92.

A vitória é de todos, o povo em primeiro lugar, que é quem faz do Rio a cidade simpática e bonita que é. A festa é da população, e não somente dos governantes. Estes têm o dever de administrar a cidade de maneira impecável, pois nos devem esta vitória. O Rio não é nada sem seu povo. E ele é lindo.

Parabéns para nós.

9.7.09

BEST TO ME

Gay Talese, o MITO, autografando minha UNIVERSIDADE


Aqui, a chancela do monstro


Como se Hemingway assinasse, para você, "O Velho e o Mar". Alcançou, fera?

7.7.09

MICHAEL JACKSON: REI

Michael Jackson ao lado do sobrinho Tito Joe em foto promocional do single "Why", do grupo 3T, formado por Tito Joe, Tariano Adaryll (Taj) e Taryll Adren. Todos filhos de Tito Jackson, irmão mais velho do rei do pop e antigo parceiro nos Jackson's Five, onde tocava guitarra enquanto Michael brilhava à frente dos irmãos.

Criado em 1992, o 3T não durou muito. Seu maior sucesso é a canção "Why", que conta com participação do tio Michael. A música chegou a ficar em segundo lugar na Inglaterra, deixando o grupo atrás apenas das Spice Girls.

Generoso, o tio incentivou e produziu os sobrinhos. No auge, o 3T vendeu 3 milhões de cópias e emplacou canções na trilha de Free Willy e Men in Black. Um número irrisório se comparado com as mais de 750 milhões de cópias de discos vendidas por Michael Jackson.

MJ era mesmo um rapaz fantástico.

Foi-se.

Descanse em paz, Rei.
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Veja aqui o clipe de "Why", com participação especial de Michael Jackson.

Tem em MP3 também. Sei lá. Vai que alguém queira.

2.7.09

SABEDORIA DE GAY
"Antes a profissão era associada à credibilidade, as pessoas estudavam para praticá-la. Há 25 anos, o jornalismo passou a ficar competitivo da forma errada. Virou uma compeição por furos. Esse foi o primeiro erro."

Quem diz é Gay Talese, veterano do New York Times, Esquire e tantas outras publicações seminais do bom jornalismo americano. Fera da observação minuciosa, da caneta elegante e da extraordinária reportagem. Criador do "new journalism" nos anos 1960 (gênero que aproxima o jornalismo da literatura), junto com Tom Wolfe e Truman Capote.

Talese estará na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) neste sábado. Falará sobre jornalismo, literatura e o que mais lhe der na telha. É um ótimo contador de histórias.

Aqui, algumas delas.

A propósito, quero parabenizar a minha sobrinha, a mais nova jornalista do pedaço. Nova mermo. Tem oito anos de idade, ainda cursando o primário. Chama a professora de "tia" e gosta de jujuba. E McLanche Feliz.

Mas, desde a canetada do STF no dia 17 de junho, já é jornalista de mão cheia. Tira onda.

18.6.09

O MIMEÓGRAFO DO IRÃ

O Twitter tem ajudado na revolução que toma forma contra o regime fundamentalista do presidente Ahmadinejad, do Irã.

Com os meios de comunicação enfrentando uma censura violenta imposta pela mão forte do Estado iraniano, que lhes tolhe a liberdade de expressão, o microblog torna-se grande aliado da população. A ferramenta é um canal eficiente e dinâmico, ideal para promover a mobilização social e amplificar os protestos da população contra o governo - intensifidados após a divulgação do resultado das eleições realizadas no último dia 12, sob suspeita de fraude, na qual o presidente iraniano conseguiu reeleger-se.

Desde a Revolução Islâmica, de 1979, Teerã não vê um levante popular deste calibre. Uma ogiva nuclear na cabeça de Ahmadinejad.

O Twitter, como ferramenta alternativa de comunicação, está para as eleições do Irã assim como o Blog esteve para o 11 de setembro nos EUA, quando os meios de comunicação tradicionais entrartam em colapso após os ataques terroristas da Al-Qaeda. A destacar que, no caso dos EUA, a liberdade de expressão não fora suspensa.
. . . . . .

Aqui, o artigo "Iran's Protests: Why Twitter Is the Medium of the Movement", publicado na Time Magazine desta semana.

Aqui, o artigo "Iranians Protest Election, Tweeps Protest CNN", também da Time.

E, ainda, a série de fotos das eleições e os protestos que se seguiram.

Para acompanhar a revolução iraniana que vem sendo feita com a ajuda da web:

Via Twitter: twitter.com/IranVote
Via Blog: iranvote.wordpress.com
Via Youtube: youtube.com/iranvote

Fazendo História, em tempo real.

ALÔ MINISTÉRIO DA CULTURA

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Foto Rodrigo Soldon

Depois de passar pela barreira de funcionários antipáticos lotados no balcão de recepção e no guarda-volumes do Museu Histórico Nacional, completamente despreparados para lidar com o público, as exposições "Cartazes da guerra - 1936-1939" e "Pierre Verger - Andalucía, 1935" (ambas sobre o período da guerra civil espanhola) são uma maravilha.

Vencendo a rabugentice da recepção, deixe-se levar pelos salões do museu. É um bom passeio, apesar do susto na entrada. Mas não se demore muito, posto que há sempe um funcionário à espreita, com cara de nenhum amigo, doido para te enxotar sob a justificativa surrealista de que "você demorou muito olhando as coisas. Agora já era, sai que vai fechar!".

De que adianta portas automáticas à moda dos aeroportos chiques, o acervo de mais de 287 mil peças de valor histórico inestimável que inclui a maior coleção numismática e filatélica da América Latina, coroas, espadas e carruagens de séculos distantes se o visitante é recebido por funcionários carrancudos que o atendem tirando carne entre os dentes com a unha pintada de vermelho sangue, doidos para te varrerem do local?

Depois nego reclama por que diabos São Paulo tem roubado a importância cultural que um dia fora do Rio.

Olimpíadas na "cidade maravilhosa", né? Tá bom.

Pendura na parede que é Dali purinho.

8.6.09

SHELBORNE

Cerro os olhos
E vejo as unhas vermelhas
Sobre a máquina
De coca-cola
De um hotel em Miami
Out of order

À MODA ANTIGA

repair_manifesto

Um grupo de holandeses, formado por designers e curiosos de plantão autodenominado Plataform21, tem como atividade passar o tempo fazendo experiências diversas com objetos de toda sorte. Uma antiga capela de Amsterdam serve-lhes de laboratório. Nela, fazem suas pesquisas tendo como inspiração o estudo do design.

E consertam coisas. Muitas delas. Das mais diversas, indo de guarda-chuvas quebrados à teias de aranha furadas.

Estranho? O Plataform21 não acha. A paixão do grupo pelos objetos danificados é tanta que o pessoal criou um Manifesto no qual defendem que "consertar significa dar ao seu produto a oportunidade de ter uma segunda vida. Consertar não é pregar o anti-consumo. É evitar de se jogar algo fora desnecessariamente."

Aqui, o manifesto na íntegra.

26.4.09

SUTILEZAS DO JORNAL

Uma propaganda enorme, que forrou de cima a baixo a página cinco do GLOBO de hoje, pode ter passado despercebida por muitos.

Imediatamente após matéria que ocupou toda a página três do primeiro caderno (área nobre do jornal) sobre a farra dos gastos no Congresso ("Sem cerimônias com o dinheiro da Viúva"), que tinha como filet mignon a orgia das passagens aéreas institucionais, a CVC lascou a seguinte propaganda:

"Europa muito mais barata. Na semana do Descobrimento do Brasil, a CVC e a TAP levam você a descobrir Portugal e toda a Europa (...) Passagem aérea barata da TAP é na CVC"

O anúncio é um primor de sutileza que une a perspecácia publicitária à fiscalização jornalística da sociedade.

Vai ter político salivando com a oferta.

A leitura atenta do jornal de domingo, incluindo anúncios, pode ser mais divertido do que o Programa Silvio Santos. Acredite.

2.4.09

"O MAIS POPULAR DO PLANETA"

Pedra, papel e tesoura! Hey, man. Tesoura corta o papel. Perdeu, duck.


Barack Obama a respeito de Lula, enquanto, qual um pivô de basquete de viaduto, dava um handshake com muita ginga no presidente da nossa colônia.

E rematou:

"É porque ele é boa pinta"

Michelle que se cuide. Nesse embalo, se Obama cruzar com a minsitra-guerrilheira Dilma Rousseff, é capaz do negão ter um priapismo.

Barack Hussein e Lula são os mais novos amigos de infância.

A BBC, rápida e ligeira, fez o vídeo histórico em que Obama tira visivelmente um sarro de Lula.

27.3.09

GREVE!

Parar, nada. Quem para perde o dia, a cesta básica... é o maior prejuízo

- Trocador da linha 46, viação Pendotiba, explicando por que não aderira à greve dos rodoviários que parou Niterói, prejudicando cerca de 1 milhão de pessoas que dependem de transporte público. Eu incluso.

A crise tá feia, a ponto de empregado não trocar a lata de sardinha e o saco de fubá Sinhá por reivindicações trabalhistas. Fazer piquete em porta de empresa, bem verdade, não enche barriga. Dá fome, aliás.

"Ruim com ele (o emprego), pior sem ele", já dizia uma sábia colega dum ex-trabalho.

Eu optei pela segunda opção, contrariando o ditado da funcionária-padrão.


A maré não está pra peixe

Na Petrobras, a greve dos petroleiros completou cinco dias. A categoria luta por melhores condições de segurança, além de maiores benefícios trabalhistas, como aumento da participação nos lucros da estatal. Querem morder uma fatia maior do último balanço divulgado pela Petrobras, que aponta lucro recorde de R$ 33 bilhões em 2008.

Eu também quero. Afinal, a empresa é minha também. Quem disse foi o Lula.


"O que não sobe, não baixa"

Foi com esse sofisma genial que o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, justificou, no Congresso, o motivo do preço da gasolina brasileira não baixar, contrariando a tendência mundial.

Fossem mais perspicazes, congressistas e jornalistas não insistiriam na pergunta.

Ora, José Sérgio Gabrielli é baiano. Daí que é mais devagar, como todo bom baiano. De modo que está sempre atrasado em relação à política de preços praticada pelo mercado internacional. A gasolina não baixa porque Gabrielli ainda está em 2008, quando o barril de petróleo rompeu, com distância, a barreira dos US$ 100.

Simples assim.

E o Brasil? Brasileirinho!

22.3.09

CLODOVIL, A ENTREVISTA


"Essa (Marta Suplicy) eu conheço desde menina. Ela é uma pendurada na influência do ex-marido. Uma pessoa que não muda o sobrenome para explorar a influência do ex-marido é o fim do mundo"

"Não tenho orgulho de transar com homem. O primeiro homem que vi transando com outro foi meu pai"


Trecho da entrevista (inédita) dada por Clô à revista Veja que chega às bancas essa semana.

Escaneada e disponibilizada exclusivamente para você por Around Venus.
Baixe e leia aqui.

18.3.09

CLODOVIL NÃO MORREU

(capa da edição de hoje do jornal Meia Hora, do Rio)

Foi-se embora um dos últimos autênticos da TV brasileira. Pena.

4.2.09

DO OIAPOQUE A TUPI



Você entra no barco, aponta para o horizonte e manda o marujo zarpar oceano afora. Segue a todo vapor, até deixar a costa do Rio de Janeiro 300 km para trás. Lá na beirada onde o sol encontra o mar, pintando de fogo a água azul, você lança um canudo gigante a aproximadamente 7800 metros de profundidade. Vara o leito do oceano, uma camada monumental de sal e mais outra de rocha basáltica. Pronto, você chegou ao maior reservatório de petróleo descoberto no mundo, nos últimos 30 anos. O tão falado pré-sal. Brasileirinho da silva.

No poço, tudo é monumental. A Petrobras, historicamente conservadora e cautelosa na divulgação de suas descobertas, trabalha com a estimativa de 80 bilhões de barris. Medições recentes, no entanto, apontam que o colossal número pode ser ainda superior: 150 bilhões, quase o dobro!

Para se ter uma idéia do volume, a nossa reserva total de petróleo, antes da descoberta, era de "apenas" 10 bilhões de barris. Com o novo reservatório encontrado na Bacia de Santos (até então relegada a segundo plano) o Brasil saltará para o 4° lugar no ranking dos maiores produtores de petróleo do mundo, segundo projeção do Departamento de Energia Americano, ficando atrás apenas da Arábia Saudita, Rússia e EUA.

Ouro negro

De acordo com a Petrobras, a perspectiva de produção, só na área do pré-sal, será de cerca de 1,8 bilhão de barris diários em 2020, o equivalente a quase tudo o que a estatal produziu até hoje, somando todos os seus poços em 50 anos de vida desde que fora criada por Getúlio Vargas. Os números são lindos, mas para se chegar ao ouro negro serão queimados ainda muitos milhares de dólares. O Plano de Negócios para os próximos cinco anos da estatal, divulgado semana passada, prevê US$ 174 milhões de investimentos para começar a exploração comercial da área. Para José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, a crise econômica mundial não afetará a empresa.

Meia verdade

Gabrielli acaba de cortar mais de 100 linhas de celulares usadas, a bel prazer, por funcionários da sede da estatal, localizada na Avenida Chile, no Rio de Janeiro.

A Petrobras também ficará de fora do carnaval este ano, ao contrário de 2008, quando despejou R$ 12 milhões no Sambódromo, torrados em quatro dias de folia. A ordem agora é: nada de samba. Contenção de gastos.

Petrodólares

Entretanto, curiosamente a nossa petroleira, jóia da coroa do império das bananas, pôs fogo em R$ 145 milhões no Fórum Social Mundial, realizado entre janeiro e fevereiro em Belém. O dinheiro público ajudou a patrocinar, entre outras coisas, debate contra os próprios interesses da estatal, realizado pelos "líderes bolivarianos" Hugo Chávez, Fernando Lugo, Rafael Correa e Evo Morales - este último, lembremos sempre, invadiu as duas refinarias da Petrobras na Bolívia, pôs o exército de prontidão e enxotou-nos do país.

Lula não foi convidado para a festa.

É o Brasil brasileiro.

3.2.09

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22.1.09

MATA-MOSQUITO

(clique na imagem para ampliar)

Capa do jornal A Tribuna, do Espirito Santo, de quarta-feira.

Isso porque você não viu ainda os periódicos da Amazônia.

Imprensa regional, sabe como é, né?