14.12.07

JORNAL: LANÇAMENTO!

Já está circulando, gratuitamente, o novo jornal "O samba é meu dom", fruto do blog O Samba.net. A publicação pode ser encontrada em diversos pontos espalhados pelo Rio de Janeiro, Niterói e em alguns outros fora do estado.

São cinco mil exemplares, com oito páginas coloridas, tratando da cultura do samba de forma livre e independente, seguindo a linha editorial do site, reconhecida pelos nossos leitores. Portanto você já pode pegar o seu exemplar e desfrutar, no papel, o que até então só havia na net. E o melhor de tudo: sem nenhum custo!

E para comemorar o nascimento desse novo jornal, convidamos você para a festa que acontecerá no próximo dia 18, terça-feira, no Bar da Ladeira, na Lapa, a partir das 20h. No palco, farão subir a poeira bambas consagrados como os grandes Walter Alfaiate, Zé Katimba e Zorba Devagar, além de outras surpresas.

Deu até na coluna do Ancelmo Gois.

É nóis!
* * * *
Alguns pontos no Rio e em Nitetói onde você pode pegar seu exemplar:


RIO DE JANEIRO

Modern Sound (Copacabana)
Baratos da Ribeiro Sebo (Copacabana)
La Cucaracha - Bazar e Galeria (Ipanema)
Bar Jobi (Leblon)
Cinemas do Grupo Estação
Cinemas Unibanco Arteplex
Cavídeo (Cobal do Humaitá)
Da Cobal Café (Cobal do Humaitá)
Coisas do Interior (Botafogo)
Café Lamas (Flamengo)
Bancas de jornal:
-Rua Senador Correia, 66, esquina com Paissandu (Flamengo)
-Esquina das ruas Senador Vergueiro e Desembargador Sadi Gusmão (Flamengo)
Brasil Mestiço (Lapa)
Café Cultural Sacrilégio (Lapa)
Trapiche Gamboa (Gamboa)
Sebo Berinjela (Centro)
Paço Imperial (Centro)
Livraria e Edições Folha Seca - Rua do Ouvidor 37 (Centro)
Loja Panamericana Material de Construção - Estr. Rio Jequiá, 1674 - Zumbi (Ilha do Governador)
Restaurante Estação (shopping Downtown, pça alimentação, Barra da Tijuca)

NITERÓI

Cine Arte UFF (Icaraí)
Bar Mãe D'água (São Domingos)
Coisas da Antiga (Itaipú)
Locadora Videoteka (Santa Rosa)
Tape Vídeo (Fonseca)

11.12.07

NÃO PAREM AS MÁQUINAS!

As últimas semanas foram de corrida intensa. Pra fechar de vez o jornal, Só faltava definir o logo e fazer um anúncio institucional. Venho trabalhando no logo desde a semana passada, direto. Como decidimos tudo junto em espécie de conselho editorial, democraticamente, tive de fazer vários acertos até que todos estivessem de acordo.

É melhor assim.

Ontem, a UMA E QUARENTA DA MANHÃ, foi batido o martelo. Nenhuma objeção, todos de acordo: o logo pôde, enfim, ser aplicado ao topo do jornal. Ficou bonito, rapaz.

Hoje cedo levamos tudo pra gráfica. O jornal deve seguir pras rotativas ainda hoje. Se não, amanhã à tarde.

Sai do forno até quinta de manhã.

Formato tablóide, com oito páginas nesta primeira edição. Todas coloridas!

Há ainda uma tirinha feita especialmente para o jornal, criada pelo cartunista Floriano Carvalho.

"O Samba é meu dom" começa a circular a partir desta quinta-feira.

GRATUITAMENTE!

Breve coloco aqui os pontos de distribuição. Da zona sul à zona norte.

"O Samba" é a evolução natural do site OSAMBA.NET, que desde fevereiro coloco no ar junto com as feras Bruno Villas Bôas, Thales Ramos e Thiago Dias.

7.12.07


SOBRE NADA

O que pega é que não tenho ajuda de ninguém. Do velho, então, nem um tapinha nas costas. Mas a vida é boa, e reclamar não leva a nada. Sigo o horizonte, caçando o sol como Quixote os moinhos de vento. A cada poente, girando atrás da bola de fogo, vou tentando aprisioná-lo nas mãos em concha. Chegará o dia em que, heróico, encerrarei a luz numa gaiola. E, egoísta, usarei-a como lanterna. Os caminhos jamais serão sombrios. Deitarei luz divina a escorrer dourada pelos campos floridos por onde passarei. À luz!

14.11.07

CAUSEI

"Você é supâr simpático. Adorei. Só por isso vai entrar como lista."

O nome não lembro. Era hostess de um club de SP. Pros amigos, fez um carão e cobrou uma nota de entrada. Pra mim, derramou-se em elogios num sotaque bacana e, do nada, colocou-me na lista VIP.

Jamais tinha pisado na casa.

Entrei com o ego batendo no teto, não é sempre que se é elogiado na porta de uma boate, ainda mais em SP.

Eu vestia calça jeans ordinária de R$ 40 reais, camiseta branca com uma estampa do Cribs, All Star preto, dos simples.

Tinha nada demais a roupa, como notado.

Mas a pequena, sorvendo um líquido colorido enquanto tomava nota do meu nome na entrada, súbito, perdeu o ar rígido que vinha mantendo com os frequentadores.

Riu-se toda.
E fez-me o agrado.


Pensei na seguinte questão:

Por que raios a pequena que trabalha de door na Pista 3, no Rio, é tão amargurada e antipática?

Será possível que é culpa dos freqüentadores?

Não creio.

Léo Feijó alguém?

* * * * *

Momento mea culpa

Ando sumido, de fato. Tanto daqui quanto do Lound. Não queira pôr um jornal novo na praça dum mês pro outro, meu chapa. Não queira mermo. Uma correria ingrata que um dia te explico. De todo modo, dezembro ele sai das rotativas e, quem sabe, sorteio uns exemplares aqui no Around. ;)

Se bem que vocês três andam muito calados ultimamente.

Em tempo, atualizei lá também.

29.10.07

UM PUEMA

Anoitecer
(Carlos Drummond de Andrade)

É a hora em que o sino toca,
mas aqui não há sinos;
há somente buzinas,
sirenes roucas, apitos
aflitos, pungentes, trágicos,
uivando escuro segredo;
desta hora tenho medo

É a hora em que o pássaro volta,
mas de há muito não há pássaros;
só multidões compactas
escorrendo exaustas
como espesso óleo
que impregna o lajedo;
desta hora tenho medo.

É a hora do descanso,
mas o descanso vem tarde,
o corpo não pede sono,
depois de tanto rodar;
pede paz - morte - mergulho
no poço mais ermo e quedo;
desta hora tenho medo.

Hora de delicadeza,
gasalho, sombra, silêncio.
Haverá disso no mundo?
É antes a hora dos corvos,
bicando em mim, meu passado,
meu futuro, meu degredo;
desta hora, sim, tenho medo.


O poema está no livro A Rosa do Povo (José Olympio, 1945), escrito por Drummond durante a Segunda Guerra Mundial, o que faz dele um dos livros mais pessimistas do poeta. Lindo.

José Miguel Wisnik, grande compositor e professor de Teoria Literária da USP, musicou o poema e o incluiu no seu disco "Pérolas aos Poucos", de 2003. Aqui você pode conferir o resultado.

Around recomenda também a leitura do artigo de Liliana Harb Bollos.

18.10.07

DEU SAMBA



Os militares podiam mandar no Brasil durante os anos de chumbo, mas na TV quem ditava as regras era Flávio Cavalcanti, um apresentador franzino porém de porte napoleônico. Falo das décadas de 1960/70, quando a TV Tupi era a maior rede brasileira e Silvio Santos não passava de um empregado de Roberto Marinho.

Foi Flávio Cavalcanti quem criou o modelo de programa de auditório que conhecemos hoje, incluindo a bancada de jurados composta por personagens caricatos e antagônicos. Antes da existência do Fantástico, era ele quem pautava as conversas da família brasileira. O aparesentador gozava de um prestígio imenso.

"Isso deu samba" era um dos quadros do seu programa. Flávio levava ao palco um popular cuja tarefa se resumia a contar uma história pessoal. Inspirados na desventura do participante, dois compositores consagrados deveriam fazer um samba em poucos minutos. Ao final da composição, um intérprete o cantaria ali mesmo, ao vivo, e o júri escolheria a melhor canção.

Um senhor de cara engraça e voz idem conta sua história: "Seu Flávio, meu nome é Alcides, mas meu apelido é 'Quindim de mulher'. Eu não sei por que toda mulher que olha pra mim se liga e gama. É loura, morena, é furta-cor... todas!"

Na disputa, os inacreditáveis Adelino Moreira e Lupicinio rodrigues.

Flávio dá uma ordem. A competição começa. Adelino põe-se a cantar num tom claudicante: "Não sei o que eu tenho / Não sei o que eu faço/ O meu 'esquindim' só meu causa embaraço / Mulher que me olha quer me dar o nó / Gama logo por mim e me chama xodó". Emílio Santiago, logo atrás, galante como um astro Blaxploitation, observa atento. A cantora Cláudia Regina dá continuidade.

No júri, a jornalista Marisa Raja, de cabelos curtíssimos como Elis Regina, entre a névoa branca que escapa do cigarro do maestro Erlon Chaves, demonstra real interesse. Maysa, séria, de sobrancelhas finíssimas quase inexistentes, parece entediada. Fernando Lobo rói a unha e, súbito, quebra a munheca.

Entra Lupicínio Rodrigues, casaquinho de lã e óculos de armação preta como os de Jânio Quadros. Chega de mansinho, fazendo sinal para diminuir o andamento da música. Não adianta. No primeiro verso, perde o fio da meada. Pára, retoma o fôlego e recomeça:

"Meu nome é Alcides / Mas todos me chamam Quindim de mulher / Não sei o que tenho que moça e velha / Loira e morena e mulata me quer".

Emílio Santiago, exibindo um sorriso tão alvo quanto a camisa que veste, aguarda sua vez de entrar. É ele quem defende a música feita por Lupicínio minutos antes. Abraçando o compositor, chega soltando o gogó: "De paixão por mim / duas já foram parar no hospício / outras fizeram até sacrifício / de ir pra a cadeia e pro cemitério".

O radialista Humberto Reis dá um trago profundo no cigarro, o resto do júri se encanta com a música e a platéia não se contém. Aplausos entusiasmados. Maysa, olhos semicerrados, um vidro inteiro de cajal na borda das pálpebras, observa séria com o cigarro ardendo entre as falanges. Fumar, como se nota, era elegante. Emílio continua, cheio de ginga, a sua interpretação do samba instantâneo. A câmera flagra Maysa esboçando um sorriso rápido, a diva parece ter se rendido à composição de Lupicínio. Mais aplausos.

Fim da apresentação. Flávio Cavalcanti se antecipa: "Assim nasceram dois grandes sambas hoje", e joga em seguida a decisão para os jurados.

Uma disputa finíssima.

O vencedor? É só clicar aqui.

14.10.07

VÍDEO PREMIADO

Nós aqui do WeShow nos dedicamos diariamente a buscar na internet os melhores e mais interessantes vídeos do mundo, em mais de 200 assuntos diferentes. O seu vídeo Nelson Rodrigues - Otto Lara Resende foi selecionado dentre milhares como TOP 10 outubro em Artes > Literatura & Pensamento e está concorrendo a MELHOR VÍDEO deste canal.


O vídeo em questão é a entrevista do Nelson Rodrigues feita pelo Otto Lara Resende que mandei pro YouTube e postei aqui no blog e no Lounge simultaneamente no início do ano.

Então, é natural que eu peça seu o voto.

8.10.07

NA ELEGÂNCIA

“Pode deixar a porta aberta, aqui todo mundo me respeita”. A voz veio lá de dentro, enquanto o bamba deitava os jornais do dia na grande mesa de madeira coberta de tecidos finos. O relógio marcava 10h30 da manhã quando entramos no atelier de Walter Alfaiate, no oitavo andar de um prédio em Copacabana, sobre um centro comercial popular. “Isso é um verdadeiro zoológico, vocês precisam ver as figuras que moram aqui”, diria o compositor em seguida, referindo-se à “fauna” de tipos cariocas que circula diariamente pelo edifício.

Para continuar lendo a matéria com o Walter Alfaiate, que fiz para o site O Samba, clique aqui.


UPDATE: o jornal O Dia Online repercutiu. Viva!

3.10.07

ANATOMIA DE UM PAPO

- Olá, como vai?
- Td blz, mlk!!!! - você devolve na lata, riscando exclamações como quem acende fósforos.

Eu, olhos fanzidos, pés de galinha bem marcados, não entendo. Torno a perguntar, a veia roxa saltando da têmpora esquerda. Súbito, você lasca um lírico "uhauhauhauhauha" e antes que eu levante as duas sobrancelhas como gato escaldado, completa misterioso: "rsrrsrsrsrsrs". Sigo o vinco da testa com o indicador, ajeito os óculos sobre o nariz, coço a barba, fios que insistem no queixo... Impaciente, você arremata com o derradeiro "flw, lsk t+!!!!"

Sou do tempo em que se falava pelos cotovelos.

Não pelos dedos.

29.9.07

O MAGNATA SUPREMO DA ELEGÂNCIA

"Nunca gostei de jogar futebol. Meu negócio era ficar bordando junto com as meninas. Eu gosto de mulher, foi por isso que virei costureiro."

"Adivinha com quem eu gravei no projeto 'Cidade do Samba', do Zeca Pagodinho? Negra Li, é mole?! Então baba, malandro! Cantei 'Jura', de Sinhô. E quando eu disse pra ela 'jura, jura / de coração / para que um dia / eu possa dar-te o amor / sem mais pensar na ilusão', falei a sério mesmo."

Walter Alfaiate, em entrevista que fiz hoje junto com os parceiros do site "O Samba é meu dom", onde também dou expediente.

Coroa sensacional.

Salve Alfaiate!

Em breve, a íntegra da matéria.

* * * *
Saiba mais sobre o compositor Sinhô.
Detalhes do projeto "Cidade do Samba"
Letra de "Jura"

27.9.07

TELA QUENTE

Minha relação com a TV se resume a 40 minutos diários, enquanto janto. É muito. E é só. Não que eu a condene. Gosto sobretudo dos piores programas. Mas antigamente era mais longa, estendia-se por toda a prova da Banheira do Gugu, o que corresponde a dizer algo em torno de 80% do domingo. Roendo as unhas, um olho nas fartas bundas e outro na porta, eu esquecia do mundo. E era todo hormônio. Uma catarse semelhante à provocada pelas novelas da Manchete, mas destas não me recordo muito, posto que as assistia no mudo, volume zero. Casa de família, né? Tu sabe. João Kleber e o tal teste de fidelidade? Nunca vi. Saltei da van no Gugu.

24.9.07

WALY



Gosta de literatura?

Então chega lá no Espaço Oi Futuro nesta terça, dia 25/09.

Explico.

É que haverá uma mesa-redonda composta por Heloisa Buarque de Holanda, Paulo Sérgio Duarte, Arto Lindsay e Luciano Figueiredo sobre a obra de Waly Salomão.

A mediação é do poeta Antônio Cícero.

Às 19h.


Dica?

Chegue antes e veja a exposição "Waly Salomão: Babilaques, Alguns Cristais Clivados", reunião de 21 séries de "Babilaques" totalizando 90 fotografias produzidas pelo poeta na década de 70. Trata-se do registro fotográfico das páginas manuscritas dos seus "cadernos de criação". Ou, como ele descreve, "a fusão entre a escrita e a plasticidade"; espécie de "performance-poético-visual".

É a primeira vez que são exibidos ao público.


O Oi Futuro fica na Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo, RJ.

21.9.07

OFF BIENAL

A boa (a ótima!) merrrmo é o Primeiro Popular Rio de Janeiro de Ruído & Literatura, que chega à capital do BOPE neste domingo. O encontro, que acontece no Cinemathèque Jam Club, reunirá escritores, poetas, compositores e DJs em uma noite dedicada a ruídos, boa música e muita literatura.

O Primeiro Popular teve estréia na última Feira do Livro de Porto Alegre, tendo como filosofia fundir diversas manifestações artísticas em torno das letras. O evento promete passar por outras capitais brasileiras. Portanto, se você não está no Rio, não se desespere. É bem provável que ele chegue até você. Como a montanha.

O Cinemathèque Jam Club fica na Voluntários da Pátria, 53, Botafogo.
A partir das 19h30.

Convidados:

Antonio Cícero (poeta), Wander Wildner (músico, ex-Replicantes), Chacal (poeta), Michel Melamed (ator), Cecília Giannetti (editora do Portal Literal), Fabrício Carpinejar (poeta), João Paulo Cuenca (escritor, colunista d'O Globo e ex-guitarrista da banda Netunos), Augusto Sales (editor do Paralelos.org), Omar Salomão (poeta), Alice Sant'Anna (poeta), Os Sete Novos, Paulo Scott (escritor) entre outras feras.

A lista completa você confere aqui.

Imperdível.

17.9.07

CINEMATÓGRAPHO SOBERANO

Com a cama nas costas, fulano compra o jornal de poucas páginas, coloca-o debaixo do braço e sobe a Rua da Carioca. Segue, sem pressa, em direcão à Praça Tiradentes. Não vai ao encontro das damas da noite, moças de vida nada fácil, equilibristas de meio fios.

Fulano pára antes, no Bar Luiz. Escolhe uma mesa na beirada da rua, pede um café "pingado no leite, pra não afetar a gastrite", confere as horas no relógio de pulso e põe-se a ler as notícias. Diante da tabela do brasileirão, pragueja qualquer coisa contra o São Paulo.

Vira o punho pra cima, confere mais uma vez as horas, mata o cafezinho num gole tenso, deixa moedas na mesa e ruma em direção ao Cine Íris - secular casa de projeção carioca. São 11h45 e a sessão do meio-dia vai começar.

De striptease.

Jornal na cara, fulano, passinhos miudinhos, entra ligeiro pro cinema, onde ficará durante as próximas horas pisando em nuvens.

Em casa, fulaninha, contando em par as rendas do avental, espera o cominho pra perfumar o cozido.

14.9.07

FLASH DE 1986

Quando a entrevista alcança 2min e 15seg, Amaury Jr. lasca:

"Vem cá, Georgia. Fica em pé. Vamos fazer a coisa BEM GOSTOSA."

Georgia vem a ser Jorge Silveira, transformista da boate Corintho, de São Paulo.

A voz de Amaury tá igualzinha ao doce de leite que a sua avó traz de Rio Bonito. Pastosa que só. Devia tá com os cornos cheios de Pitú.

Tem um número especial em homenagem a Liza Minelli, como não poderia deixar de faltar.
Manja Elvis Presley na fase em que o fígado já tava uma geléia?
Igual.

10.9.07

Sefaradi, do hebraico Sefarad, tem origem sagrada e aponta para o lugar habitado por expatriados de Jerusalém. De acordo com a tradição judaica, este refúgio fica no extremo ocidente: a Península Ibérica. Sefaradi é, portanto, o judeu originário da Península Ibérica. Foram dos mais perseguidos pela igreja católica, na inquisição. Muitos abandonaram a terra natal, fugindo do cristianismo forçado. Tantos pararam no Brasil.

A miscigenação carioca trouxe-me uma sefaradi. A dona coincidência fê-la de oclinhos, armação preta como os meus. Judia linda.

Mãos espalmadas no ar, vento que rasga a pele e canta ao pé d'ouvido. O precipício. Faço-me às pedras, rochas dilacerantes que o mar lava com sal de Portugal. A vida na roleta, pano verde e alma na mesa. Não aprendo.

8.9.07

CARTAS DE GUERRA

Chega ao Brasil, finalmente, a tradução de "Behind the Lines", do historiador Andrew Carroll, lançado nos EUA em meados de 2006. Sob o título "Cartas do Front: Relatos emocionantes da vida na guerra" (Zahar, 442 páginas), é o primeiro livro de Carroll traduzido para o português, apesar de enfileirar bestsellers na América.

"Cartas do Front" tem lançamento previsto para 16 de setembro, na Bienal Internacional do Livro, no Rio.

Leia algumas páginas aqui.

5.9.07

EM CARTAZ, NA URUGUAIANA

"Tropa de Elite" sequer estreou e já é passado. Agora o campeão de bilheteria no cine Uruguaiana é "TROPA DE ELITE 2". Pelas calçadas, espalhados nas esquinas ou batendo chinelo entre os carros, ambulantes oferecem, arrumadinhos em leque, DVDs do filme aos que cruzam o templo carioca do consumo popular. Não se intimidam pela presença da rádio patrulha, que passa arrastando o chassis no asfalto, fuzis oxidados pra fora das janelas. "É o dois, é o dois, é o dois! Olhaê que é o novo, guerreiro!", esgoelam-se.

Vende que nem pão quente.

Naturalmente.

31.8.07

PRA FECHAR O MÊS

Sonho o poema de arquitetura ideal
Cuja própria nata de cimento
Encaixa palavra por palavra, tornei-me perito em extrair
Faíscas das britas e leite das pedras
Acordo
E o poema todo se esfarrapa, fiapo por fiapo
Acordo
O prédio, pedra e cal, esvoaça
Como um leve papel solto à mercê do vento e evola-se
De cinza de um corpo esvaído de qualquer sentido
Acordo, e o poema-miragem se desfaz
Desconstruído como se nunca houvera sido
Acordo!
Os olhos chumbados pelo mingau das almas e os ouvidos moucos
Assim é que saio dos sucessivos sonos
Vão-se os anéis de fumo de ópio
E ficam-me os dedos estarrecidos
Metonímias, aliterações, metáforas, oxímoros
sumidos no sorvedouro
Não deve adiantar grande coisa permanecer à espreita
do topo fantasma da torre de vigia
Nem dormir deveras
Pois a questão chave é:
Sob que máscara retornará o recalcado

A fábrica do poema
(Waly Salomão)


É lindo.

Musicado, por Calcanhotto, é mais ou menos assim.

24.8.07

TROPA DE ELITE: FACA NA CAVEIRA



A menina dos olhos do Mercado Popular da Uruguaiana, atualmente, é o DVD "Tropa de Elite", vendido em cópias piratas pelos malandros de sempre. O filme de José Padilha sobre o Batalhão de Operações Especiais do Rio (BOPE), considerada a melhor tropa de combate urbano do mundo, fez os Simpsons amarelarem. No mercado informal de DVDs, só dá a Tropa. Segundo o diretor, a cópia que circula sorrateiramente nas esquinas do Rio não é o corte final: "O que está à venda não é o filme, é o segundo corte. Hoje estamos no décimo sexto corte antes de levá-lo aos cinemas”, disse Padilha ao G1.

Definitivo ou não, o corte é excelente. Revela o que pode ser considerado um dos melhores filmes brasileiros do ano. Ou dos muitos. "Tropa de Elite" taí, fiel. Tem papo, não. É osso duro de roer.

Nos cinemas, só dia 5 de outubro.

Fora da Uruguaiana, os bacanas andam fazendo download do filme por aí.

Lembrando que o documentário "proibidão" sobre o BOPE já foi pauta aqui.

Valeu pelo filme, Thalito!



*O blog não estimula o download ilegal.

23.8.07

REGALO FROM OUTER SPACE

Você usa o Firefox? Então repare lá em cima, na barra de endereços do navegador. Veja que agora, quando você entra no Around, o navegador exibe o ícone do astronauta. A carinha estampa ainda a aba de navegação e o link do blog nos favoritos. Ícone personalizado é uma mão na roda pra quem navega muito e, por conta disso, se perde com freqüência na rede. É a migalha de pão de João e Maria.

Um regalo pro leitor amigo.

Around Venus: não servimos bem, mas bem que servimos.


;)

21.8.07

A ÚLTIMA

Felipe Cruz, do blog Diário de Todos os Dias, fez o que pode ser considerada uma das últimas (se não a última) entrevista com Joel Silveira. Um belíssimo trabalho.

"Joel com uma simpatia ímpar, me atendeu ao telefone e com a maior paciência do mundo ouviu minhas perguntas resultando em um ótimo bate-papo. Foram apenas 15 ou 20 minutos de conversa.", confidenciou Felipe em seu blog.

Leia a entrevista completa aqui.

Confira também o áudio na íntegra, em MP3.

20.8.07

SÓ PRA CONSTAR

O Estadão tem chamado os blogueiros de macacos. Está nas TVs, revistas e tal. A discussão corre a blogosfera. Sobre o tema, escrevi isso. Importante a leitura do post da Lia também.

18.8.07

JOEL SILVEIRA: ENTREVISTA



Notei que não havia qualquer referência a Joel Silveira no YouTube. Em homenagem ao mestre, portanto, mandei pro ar uma entrevista concedida ao cineasta Vinicius Reis em 1999, feita para o filme "A cobra fumou", sobre a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial.

Um trecho:

"Apesar de ser correspondente de guerra, da FEB, nossa atuação era lá junto à tropa; Rubem Braga, Tassilo Mitke, Egydio Equeff, Eu, o Raul Brandão... Esses eram os que estavam mais à frente. Os outros eram fotógrafos, cineastas da Agência Nacional, mas de quinta categoria; não fizeram nada."

Algumas fotos interessantes.

16.8.07

A VÍBORA SE FOI

O blog está de luto pela morte de Joel Silveira, o maior repórter do Brasil. Minha admiração pelo jornalista não é novidade. Tornei-a pública na série de posts ano passado.

A víbora, como era conhecido, disse certa vez: "Eu não pedi para vir ao mundo. Agora, aos oitenta anos, não vou pedir para sair”.

Joel partiu. Expirou dormindo, às oito da manhã desta quarta-feira. Contava 88 anos. Não pediu para sair. Deixou, contudo, vasta obra de inconteste relevância.

* * * *

Tomo a liberdade de sugerir:

Perfil e entrevista feitos pelo amigo, e também jornalista, Geneton Moraes Neto.

"Rubem Braga - que escrevia muito bem, era um prosador nato.E todo prosador nato vai querer ler Stendhal. Eu não estava pedindo a ele que fosse ler “Guerra e Paz” em russo. Pedi que lesse Stendhal. Comprei uma edição bonita de “O Vermelho e o Negro”. Quinze dias depois,ele me disse: “Parei.É gente demais”. Não conseguiu terminar”.

"Notei que as mãos do presidente eram macias, fofas. Getúlio só me cumprimentou na entrada. Terminou me dando as costas na saída. Simplesmente foi embora. Quando eu lhe passei um questionário - e ele viu que o que eu queria era uma entrevista - Getúlio se transfigurou. Aquela cara risonha despareceu. O homem virou uma fera."


Entrevista por Francisco Alves Filho, da Isto É.

"Estávamos Graciliano e eu na Livraria José Olympio, quando era na rua do Ouvidor. Chegou o Jorge Amado e o Graciliano disse: “Ô Jorge, você tem uma imaginação fabulosa, por que não aprende a ler, a escrever? Por que não vai para uma escola pública?”

"Quando voltei da guerra (Joel foi correspondente da Segunda Guerra Mundial do Diários Associados), consegui uma entrevista com Prestes. Fui ao seu encontro com a cabeça cheia do mito do Cavaleiro da Esperança. Ele me perguntou se era eu que tinha voltado da guerra. Respondi que sim e Prestes começou a falar sobre o Exército brasileiro como se fosse ele quem tivesse estado na guerra. Não fiz uma pergunta sequer. O mito acabou ali. Analisando bem hoje, o que foi essa Coluna Prestes? Não foi nada, não combateu sequer Lampião."

15.8.07

CANÇÕES

-As alucinações de Serguei (Serguei)
-Alfa Centauro (Serguei)
-Se pensamento falasse (Jerry Adriani)
-A Moça do Karmann Ghia Vermelho (Os Caçulas)
-Vai, meu bem (Os Incríveis)
-Que bacana (Sueli & Os Kanticus)
-Só faço com você (Renato e Seus Blue Caps)
-Por você tudo faria (The Sunshines)
-Três garotas (Os Santos)
-Alguém na multidão (Golden Boys)
-O Feio (Roberto Carlos)
-Você não serve para mim (Roberto Carlos)
-E por isso estou aqui (Roberto Carlos)
-O sósia (Roberto Carlos)
-A máquina voadora (Ronnie Von)


*Era parte de um projeto que acabou não rolando.

10.8.07

OS SIMPSONS

O filme dos Simpsons já circula livremente pela internet.
Em qualidade cristalina de DVD.
Naturalmente.

5.8.07

'ANAUÊ, O BRASIL PRECISA DE VOCÊ'

Em 2005, mais exatamente no dia 06/12, cartazes colados nos pilotis modernistas ao longo de toda a Avenida Presidente Vargas, no Rio, chamou a minha atenção. Um olhar atento revelava que estes faziam menção ao Movimento Integralista Brasileiro, de inclinação fascista, idealizado pelo jornalista e escritor Plinio Salgado na década de 30. A "invasão" Integralista da grande avenida carioca me levou a publicar o seguinte post há quase dois anos.

Pois se o leitor amigo se interessar pelo assunto, deixo a dica do documentário "Soldado de Deus", de Sérgio Sanz, que será exibido hoje no Cadernos de Cinema (TVE Brasil) à meia-noite. Após o filme, a tradicional mesa-redonda. "Soldado de Deus" é considerado obrigatório para se entender essa parte obscura da nossa história recente. É um belo filme.

31.7.07

NA MODA

Vi hoje. Rapaz de peito estufado feito um pombo, dois quilos de chapa prateada por cima da blusa. Andava sem pressa e atento como um albatroz. Em vez de peixe, procurava, com olhos de lince, gatinhas perdidas desfilando sobre o tapete xadrez de pedras portuguesas. Enquanto um braço vinha, o outro ia. Um compasso de fazer inveja ao Mestre Ciça, nota 10 no batuque da Viradouro. Os ombros dançavam, mas sem a graça de uma Juliana Paes. Um tênis de sete molas, a ponta dourada de ouro. A meia não deu pra ver, posto que estava sob a calça de material sintético de que desconheço. Era branca e esticadinha da silva, aposto um braço e uma perna. Andando, buscava a ginga malandra de Madame Satã, um bicão emoldurando a cara de poucos amigos. Sem êxito, lembrava um quitandeiro acostumado a caixas de batatas no lombo. No punho esquerdo, o Bolex cravejado de swarovski. No direito, um emaranhado de pulseiras prateadas - pra combinar com o cordão. Pernóstico que só.

Mas o que chamou a atenção mermo foi a estampa da camisa:

"100% PROSTITUTO".

29.7.07

STRAY CATS JÁ

Alou! Os Stray Cats acabam de pôr os pés na estrada novamente. Após 15 anos longe dos palcos americanos, o trio liderado pelo guitarrista Brian Setzer - que dispensa apresentações - voltou a despejar seu rockabilly matador neste domingo com um show no Scottrade Center, no Missouri, dando início a tão aguardada turnê americana.

Alguém no Brasil, por obséquio, poderia trazê-los para fazer uma festa bonita aqui? Onde estão os curadores do TIM Festival numa hora dessas?

Uma sugestão?

Squirrel Nut Zippers abrindo pros Cats, numa noite dedicada às oncinhas e pin-ups em trajes sumários de topetinhos impecáveis. Certo que colocaria o TIM nos anais da história. E não é exagero afirmar, tu sabe. Papo de noite de gala.

Imagina isso e isso na esquina de casa, rapagi.

STRAY CATS JÁ!

27.7.07

CHEGA DE SAUDADE

Numa Ipanema deserta, ainda sem a muralha de prédios que hoje corta a paisagem, Luiz Bonfá, João Gilberto e Tom Jobim tocam para as atrizes Mylène Demongeot, Gloria Paul e Sylvia Koscina. João e Bonfá estão vestidos de maneira impecável. Tom é o único sem camisa. Sentados na areia, fazem uma rodinha e, com muita bossa, seduzem as três pin-ups em biquínis de duas peças. Lindas. Sylvia, deitada de frente para Tom, não esconde seu encanto pelo maestro, que tem o topete ao vento. Uma correria se instala, um peixe fisga a isca lá atrás. Tom continua sentado. Sylvia também. Com uma sereia aos seus pés, o maestro dá por encerrada a pescaria.

O filme é "Copacabana Palace", do italiano Steno (Stefano Vanzina). Uma raridade de 1962.





E tem mais

Entrevista de Tom Jobim a Roberto D'Ávila. Programa "Um Nome na História", 1981.

"Eu detestava piano. Achava piano coisa de menininha. Eu gostava de jogar futebol. Ninguém troca uma praia azul, uma moça bonita, uma peteca, uma bola, por um quarto escuro, um cubo de trevas onde você vai tocar piano. O Sérgio Mendes, por exemplo, teve osteomielite, tuberculose nos ossos. Ele ficava sentado num piano, na praia de Icaraí, tocando e vendo as moças jogarem bola com os moços. Pra você não viver a realidade e começar a escrever música, é peciso de uma coisa muito forte."
* * * *

Entrevista feita por Sidney Rezende para o programa "A Baleia Verde", de 1988. O maestro bate um papo com o jornalista sobre preservação da natureza.

"Eu tenho uma permissão pra entrar no Jardim Botânico porque ajudei esse negócio de ecologia. Eu moro aqui e sempre que eu tenho um tempo eu passeio, vejo os bichinhos, os esquilos... Tem muito bicho aqui, né? O Rio de Janeiro só tinha mato. Era onça, anta, jacaré... Eu me lembro de um dia, em Ipanema, que a minha turma pegou um jacaré e botou lá no lago da General Osório. O Jacaré foi crescendo, crescendo e virou um bicho enorme, no meio do laguinho."
* * * *

Tom explica a diferença entre jazz e bossa nova no programa "A influência do Jazz", com Leny Andrade e Luiz Carlos Vinhas, exibido pela extinta Rede Manchete.

João Gilberto tocando "Chega de Saudade" acompanhado por Bebel Gilberto, sua filha, ainda moça.

Por último, uma surreal entrevista de Amaury Jr com João Gilberto, que se pendura como pode em Nelson Motta e Eduardo Souto.
* * * *

Você já viu a série de posts francófanos do Lounge? Então corre lá. Claro que entrei na onda.

26.7.07

RIO
O Pan é uma cachaça.
De alambique.
Dourada.
Das boas.

16.7.07

O CABELO DE SERGUEI

Não é peruca, como muitos acham, mas mega hair que Serguei usa. Uma técnica caseira que ele mesmo desenvolveu. Trata-se de colar os fios diretamente na cabeça com super bonder. Aliás, Serguei usa a cola para tudo, desde pregar quadros na parede até fixar prateleiras. Acha um barato. Pois, para dar forma ao engruvinhado capilar, Serguei consome horas na frente do espelho todos os dias. Também é na frente deste que, com dedicação sacra antes do café, passa horas se maquiando. Gasta, praticamente, um lápis cajal por semana. Gosta dos olhos pretinhos da silva, feito Alice Cooper. Pinta as unhas também. E quando fala, as mãos não param de gesticular. Aliás, é cheio de cocoetes. Espetar a mandíbula com o dedo fura-bolo, quando se empolga, é dos mais estranhos. Nunca chama ninguem de "menino", diz que é sinal de velhice. Prefere usar os tradicionais "cara" e "bicho". No rosto, pra cobrir o vinco dos mais de 70 anos dedicados ao rock, uma camada generosa do creme Tracta, da Pharmaervas, que manda vir de São Paulo. Diz que é milagroso. Pra esticar as rugas, usa uma técnica infalível, muito popular entre as atrizes de Hollywood da década de 50. Mas essa é segredo.

Tudo isso "pra ficar bonito na hora de receber o pessoal no museu do rock, gente do mundo inteiro", gaba-se.

Mas não só. Serguei é paquerador. E traça geral. Saquarema que o diga.

10.7.07

DESENHOS PROIBIDOS

Não é novidade que a Segunda Guerra Mundial foi marcada pela propaganda nazista. O material variado ia de panfletos com pin-ups lançados por morteiros sobre as trincheiras aliadas - como relatou Joel Silveira, correspondente brasileiro dos Diários Associados durante o conflito -, a obras cinematográficas grandiosas, como "O Triunfo da Vontade" e "Olympia", ambas de Leni Riefenstahl, cineasta brilhante que passou à história como maldita, acusada de colaborar com o Terceiro Reich. Mas os alemães não estavam só nesta guerra ideológica. Os Aliados também lançavam seus ataques, sobretudo por meio dos estúdios Walt Disney.

Sem a menor cerimônia, Disney colocou seus personagens a serviço das forças armadas americanas. O Pato Donald era dos mais ativos recrutas, o que lhe rendeu o papel principal no infame "Der Fuehrer's Face", no qual sonhava estar na NAZILÂNDIA trabalhando numa fábrica de munições. Como se não bastasse, o desenho faturou o Oscar de melhor curta de animação de 1943.

Der Fuehrer's Face


Entretanto, a animação mais controversa de todo o período não trazia nenhum personagem famoso. Lançada em 1943 com a intenção de ser uma poderosa arma contra o regime nazista, "Hitler's Children" ("As crianças de Hitler") contava a história do pequeno Hans, um menino nascido sob a ideologia nazista que passava a infância sendo educado com base no Mein Kampf para se tornar um soldado cruel, cujo dever consistia unicamente em lutar pelo Terceiro Reich. Lançando mão de diversas metáforas lúdicas, o desenho era feito para assustar as crianças americanas e semear, nestas, o ódio contra os alemães.

As crianças de Hitler


Dirigido por Clyde Geronimi - conhecido pelos clássicos "A bela Adormecida" e "Peter Pan", além da série do Homem Aranha na década de 60 - e animado pelo mítico Ward Kimball - um dos principais artistas dos estúdios Disney, cujas mãos deram vida a personagens como Pinóquio e Cinderela, além das seqüências do musical Fantasia -, o filme acabou sendo banido logo após o lançamento. O motivo, segundo as autoridades da época, foi devido ao seu caráter ambíguo, o que induzia o público a acreditar que todos os alemães eram nazistas. Além disso, foram condenadas as associações feitas com elementos do universo infantil, como a bruxa (representando a democracia), a donzela indefesa (a própria Alemanha sob as garras da bruxa) e o cavalheiro heróico (Hitler, que deveria salvar a Alemanha da maligna democracia).

Assim que foram banidos das telas, Disney declarou que "Hitler's Children" e "Der Fuehrer's Face" seriam destruídos e jamais relançados em qualquer formato. Pois em 2004 a Walt Disney Pictures surpreendeu ao lançar em DVD os dois desenhos proibidos, além de diversos outros filmes de propaganda da Segunda Guerra, num box histórico.


Regalos

Siga para baixar o pacotão com mais de 1GB de desenhos proibidos da Segunda Guerra.

E aqui, para uma cópia de "Hilter's Children" para guardar na estante.

Não gosta de baixar? Então assista à seleção de desenhos banidos direto do YouTube.

5.7.07

DOCUMENTO ESPECIAL: TELEVISÃO VERDADE

Recém aberto à democracia, o Brasil começava a gozar da liberdade de expressão que lhe fora negada durante os longos anos de chumbo. A TV, livre da mordaça, mostrava finalmente o verdadeiro país nas telas. Neste cenário, Nelson Hoineff, então diretor de jornalismo da extinta TV Manchete, apresentou à emissora um projeto de programa que tinha como característica abordar temas desconfortáveis aos brasileiros, mas que faziam parte do cotidiano nacional. Nascia assim, em 1989, o Documento Especial.

Exibido semanalmente em um formato de 30 minutos, o programa mergulhava fundo em temas tabus que eram abordados de maneira direta. Não à toa, o programa tinha um forte apelo popular. Chamava a atenção as reportagens investigativas, nas quais câmeras e microfones ocultos eram usados para colher registros exclusivos. Prostituição masculina, Santo Daime, surfe ferroviário, Igreja Universal do Reino de Deus (pela primeira vez na TV) e a invasão dos pobres à praia eram alguns dos temas abordados, contrariando os padrões formais dos programas jornalísticos apresentados até então. Não seria exagero afirmar que o Documento Especial inaugurou o moderno jornalismo investigativo na TV, anos mais tarde popularizado por programas como Fantástico, da Globo, e Domingo Espetacular, da Record.

programa sobre a Igreja Universal


Os jornalistas Eduardo Faustini e André Rohde - hoje responsáveis pelas reportagens investigativas da Globo e da Record, respectivamente - fizeram escola no programa. A apresentação memorável ficava a cargo do ator Roberto Maya (hoje na novela Paraíso Tropical, da Globo). Merece destaque também a abertura produzida por Aldir Ribeiro e Wadson Rodrigues, com tema de Alexandre Negreiros.

A Manchete exibiu o Documento Especial de 1989 a 1991. No ano seguinte, o programa passou a ser exibido pelo SBT, onde ficou até 1995. Após um período fora do ar, em 1997 o programa voltou a ser exibido, desta vez pela Bandeirantes. Porém, sem apresentar nenhuma grande reportagem durante a nova fase, o Documento Especial acabou saindo definitivamente do ar antes de completar um ano.

Desde janeiro, no entanto, o Canal Brasil vem exibindo uma seleção com os melhores programas produzidos ao longo dos anos, todas as quintas, às 23h30.

E aqui no Around Venus você pode assistir quando quiser, graças a boa vontade do Danilo, que disponibilizou os programas na íntegra através do YouTube.

Programas separados por temas

- Os pobres vão à praia (SENSACIONAL!)
- Surfe Ferroviário
- Vida de Gordo
- Profissão: prostituto
- Baloeiros
- O pau de Santo Antônio
- O país da impunidade (proibido na época)
- A cultura do ódio (sobre os neonazistas brasileiros)
- Duro é ser gago (com a participação do professor Simon "Boas Falas")
- Na selva, de cabeça feita (sobre o Santo Daime)
- Cinema pornô nacional
- Pichadores
- Madonna: as fronteiras do desejo
- Turismo no Rio

* Bônus *
Entrevista com Nelson Hoineff feita por Sidney Rezende.

* * * *
Não tem nada a ver, mas é interessante também.
Gosta de música? Então se liga no que escrevi aqui.

4.7.07

E VAMO NELSON

Hoje começa a quinta edição da FLIP (Festa Literária Internacional de Parati). Desta vez não pude ir, e cá lamento perder as homenagens a Nelson Rodrigues prometidas para este ano. Naturalmente que isso me faz sugerir uma olhada nesse post, caso você ainda não tenha visto. Se já viu, não custa nada visitar novamente. Afinal, me deu um trabalhão pra mandar tudo pro Youtube, rapaz!

2.7.07

O DEBUT DE SOFIA COPPOLA



A estréia no cinema foi com o delicado "As Virgens Suicidas", de 1999. A consagração veio em 2003, com o oscariado "Lost In Translation". Ano passado, a diretora polemizou com a sua versão de "Maria Antonieta", terceiro longa. Porém, o primeiro trabalho atuando por trás das câmeras como diretora, em cinema, foi o pouco conhecido curta-metragem "Lick The Star", de 1998.

O filme acompanha um grupo de amigas de uma escola primária americana, aficionadas pela controversa novela gótica "Flowers in The Attic", na tentativa de executar um plano "diabólico" para "enfraquecer os meninos" usando arsênico (composto ativo do veneno de rato). Apesar de ter sido filmado com baixo orçamento, "Lick The Star" apresenta soluções estéticas bem interessantes, como a luz estourada combinada com o registro todo feito em P&B. Lance Acord - que, entre outros trabalhos, assinou a fotografia de "Quero ser John Malkovich" e do premiado clipe do Fatboy Slim, "Weapon of Choice", ambos de Spike Jonze - é o responsável pela fotografia do curta. Roman Coppola, irmão de Sofia e diretor de clipes dos Strokes, Daft Punk e Green Day, é seu assistente.

27.6.07

VERSO

Ciente sou de que tou ausente. Uma virose atrevida me fez doente. Sopa, cama, suco, rotina de convalescente. Paracetamol também, esse que é ruim de tomar e pior de rimar.

* * * *


Aproveitando a passagem no blog:

Eita boca maldita a minha. Björk confirmada pro Tim 2007! Bolo de vez com o poder etéreo das palavras se os Squirrel baixar por aqui em outubro. Aí, bicho, eu visto um manto e tomo o lugar do Inri Cristo.

22.6.07

SOBRE O TIM FESTIVAL 2007

Era de se esperar que o Arctic Monkeys e o Killers finalmente viessem tocar este ano no festival, que acontecerá entre os dias 25 e 31 de outubro. A escalação, até o momento, tem atendido à demanda dos indies mais afoitos. Por enquanto, nenhuma surpresa de fato. Ainda não surgiu a excitação desmedida para assistir a algum show, embora eu queira ir ao Arctic Monkeys.

Há também o velho papo de que o Cure venha tocar este ano no Brasil, entre outubro e novembro, data do TimFest. Björk parece que anda conversando com a produção também. Bom, se realmente o Cure vier, estarei feliz da vida lá na frente, como em 1996, no finado Hollywood Rock. Se a Björk der as caras mais uma vez, vai depender da grana, posto que já fui a dois shows da esquimó. Mas se ela viesse com os Sugarcubes, eu venderia a mãe e o pai!

Correndo por fora está a Juliette and The Licks, da atriz e cada vez mais cantora Juliette Lewis. Apesar do preconceito que existe por ela ser uma cria de Hollywood, acredito que o show pode surpreender os desavisados, já que a Juliette não economiza fôlego nem mis-en-scene em cima do palco, lembrando uma espécie de Iggy Pop de saias. E ela não é boba, já fez backing vocal pro Motörhead e abriu os shows do Foo Fighters, convidada por Dave Grohl em pessoa. Musicalmente pode até não ser grandes coisas, mas é impossível passar incólume às "Purgatory Blues" e "Killer". Uma coisa é certa: Juliette e as lambidas é rrrrock, e diverte pra dedéu.




Mas eu ficaria bastante feliz mesmo se este Tim Festival trouxesse os Squirrel Nut Zippers, que voltaram à estrada após um hiato de 6 anos causado por desavenças internas. O palco é perfeito para a banda, e a acústica realçaria ainda mais a bela voz da Katharine Whalen. Os Squirrel são a cara do festival desde a época do Free Jazz, mas nunca foram sondados pelos organizadores. Quem sabe desta vez os curadores lembrem da banda. Um bandão, no sentido literal e figurado da palavra. Aí você vai entender da onde a Canastra e a Móveis Coloniais de Acaju tiram grande parte das suas influências.

E você, quem gostaria que viesse tocar?

*postado também no Lounge

20.6.07

"VERÍÇIMO"



"No final da entrevista, a moça trouxe o livro e pediu pra MIM autografar."

Não é capricho exclusivo do Tarzan usar o "mim" no lugar do sujeito ("eu"). Luis Fernando Verissimo, autor da frase acima, também escorregou na gramática e, sem cerimônia, lançou mão do pronome oblíquo tônico de maneira equivocada. A dissonante frase foi pescada ontem por este astronauta durante o Laboratório do Escritor, promovido pelo Centro Cultural Banco do Brasil. O cronista de mão cheia mostrou que até mesmo um ex-copidesque* do importante Zero Hora tem seus momentos de tropeços gramaticais. É a pedra da norma culta. E no meio do caminho, seja você iletrado ou literato, sempre há uma pedra.

Mais adiante, de maneira inconsciente, Verissimo justificaria o tropeço ao falar sobre a importância do revisor para os escritores:

"O revisor pode mudar, com uma vírgula errada, todo o destino do mundo. Mas também pode nos salvar de enrascadas tremendas, de verdadeiras gafes gramaticais."

O erro cometido por Verissimo é importante porque humaniza a figura do escritor e nos mostra que estes também estão sujeitos a deslizes. Além disso, encoraja quem se inicia na literatura a escrever sem temer a gramática. A língua portuguesa é como uma pista de gelo, você escorrega, mas logo se levanta. A maior lição deste laboratório foi certamente esta, ainda que dada de maneira involuntária.

O encontro foi sensacional. Para os próximos, estão agendados: Marçal Aquino, no dia 4 de agosto; Carlos Heitor Cony, no dia 16 de outubro e Ana Maria Machado, no dia 13 de novembro, quando terminam os encontros deste ano.

O Laboratório do Escritor acontece no CCBB às 18h30. O endereço é aquele que você já está careca de saber: Rua Primeiro de Março, 66, Centro, Rio.

O preço?
Ora, de graça, pois!


*Copidesque: s.m. Redator que revê, corrige, aperfeiçoa, quanto ao conteúdo e à forma, textos literários, científicos, jornalísticos etc. / Corpo de redatores encarregados desse trabalho. / Ato ou efeito de copidescar.

14.6.07

NÃO POR ACASO

Ando mais por fora do que joelho de escoteiro, de modo que não tenho idéia se o filme entrou em cartaz ou se já fora substituído por qualquer coisa que leve o nome de Ariano Suassuna - que, vamos e venhamos, respeito ao mestre à parte, já tá enchendo o saco, hein. Pois há pouco assisti ao trailer de "Não por acaso", filme de Philippe Barcinski (sinopse e demais regalos no site). A tirar pelo trailer, parece um filmão. fica melhor quando notamos a presença de Branca Messina, que, se não é das melhores atrizes, certamente é uma broinha de milho quentinha no café da manhã. Rodrigo "Sonia Braga" Santoro também dá pinta na fita. Tirando o papel de Xerxes, no patético "300 de Esparta", gosto dele - profissionalmente falando, claro. "Não por acaso" é da grife O2 Produções, do Fernando "cara de peixe" Meirelles, o que já é 50% de jogo ganho.

Vale ressaltar que antes de se aventurar em longas, Philippe Barcinski dirigiu dois curtas premiados: "Palíndromo" (2001) e "Janela Aberta" (2002). Seguindo o caminho de grandes diretores como Cao Hamburger, Katia Lund e o próprio Fernando Meirelles, dirigiu espisódios de "Cidade dos Homens", ótima série exibida pela Globo entre 2002 e 2005. Portanto, "Não por acaso" é um filme que merece atenção. E cada centavo da meia entrada.

Abaixo, o curta "Palíndromo":



"Janela Aberta" tem no Youtube também. Pra assistir, é só deitar o mouse aqui.
* * * *

Tudo muito bem. Fernando "cara de peixe" Meirelles dispensa apresentações. Não porque montou uma das melhores (se não a melhor) produtoras do Brasil, tampouco porque dirigiu "Cidade de Deus", filme que se tornou a maior referência do nosso cinema. Mas porque foi quem acreditou num roteirista que jamais havia escrito um longa-metragem, confiando-lhe a tarefa de adaptar a história do livro homônimo de Paulo Lins para as telas. Pois em 2004 o novato roteirista foi parar no imponente Dorothy Chandler Pavillion, em Los Angeles, onde concorreu ao Oscar de melhor roteiro adaptado por "Cidade de Deus". Chamava-se Bráulio Mantovani, um ilustre desconhecido de então.

Meirelles é, sem dúvida, um grande diretor. Um cara bacana mesmo. O que não entendo até hoje é por que diabos o logotipo da sua respeitada produtora é um plágio picareta do Finder, programa de busca do OS X, sistema operacional da Apple. Por quê? POR QUÊ?


Do outro lado do planeta, caçando implacavelmente logos plagiados na China, Bruno Porto (que certamente não me lê aqui, apenas em Lounge) se deliciaria com essa obra-prima cá na colônia.

11.6.07

O REI NO CÉU


Roberto Carlos, a bordo de um helicóptero Hugues 300 (aqueles que pareciam uma libélula metálica), levanta vôo da praia do Flamengo, segue sobre a orla, cruza o Túnel do Pasmado, sai aonde anos depois seria erguido o Rio Sul, sobrevoa Copacabana beirando o mar, dá tchauzinho para um transatlântico, chega à Avenida Getúlio Vargas (como num passe de mágica), passa pelo relógio da Central do Brasil e segue ao encontro da igreja da Candelária. Ainda sobrevoando o Centro, raspa o Teatro Municipal, desce a Avenida Rio Branco, passa pertinho do Palácio Monroe (demolido por Geisel em 1976) e segue até o Cristo Redentor.

A sequência é das mais sensacionais produzidas pelo nosso cinema. O trevelling de arrepiar faz parte do filme "Roberto Carlos em ritmo de aventura", de Roberto Farias, de 1968 - tempo em que computadores só existiam na Nasa.

Por último, e com a ajuda do google, o nome do piloto por trás das imagens: Raimundo de Paula Soares. Roberto Carlos pode ser o rei, mas Raimundo é o ás. A César o que é de César!

5.6.07

NADA

Encantado por Céu. Um documentário sobre um fenômeno nascido no caribe. Outro definitivo sobre um estúdio. O Iraque sob uma ótica alternativa. Um musical pré-adolescente aos moldes da Broadway. Umas linhas bobas à Braga sobre a guerra no Rio. Aguardando a resposta sobre outras, enviadas em duas laudas pro além. Brincando de dirigir uma criança de 6 anos num curta caseiro com trilha de Katharine Whalen. Mini-pizza e guaravita com gosto de tinta. Comida para o periquito verde. Um pratinho de wiskas e outro de leite pro abóbora gato. O poodle, careca feito ovelha desnuda, de boca aberta, tentando morder o naco de sol que se esforça entre nuvens chumbo. Piauí no jardim.

1.6.07

BELO DISCO, PÉSSIMA ESTRATÉGIA

Mario Caldato (Beastie Boys, Björk e Marisa Monte, pra citar três bem diferentes) assinando a produção por si só já valeria a atenção. Aí você observa a presença ilustre dos jamaicanos Sly Dunbar (bateria) e Robbie Shakespeare (baixo) em cinco faixas. Se surpreende mais ainda com os mestres Armando Marçal (percussão), Wilson das Neves (bateria) e João Donato (piano) noutras faixas. Há um dueto com Ben Harper também, além da participação do incansável e onipresente Kassin, que divide a produção do disco com Mario Caldato. Com pouco mais de atenção é possível observar ainda as participações de Pupilo, baterista da Nação Zumbi, e dos guitarristas Davi Moraes e Pedro Sá - este último, responsável pela "cara rock" de "Cê" e atual querido de Caetano Veloso. Só fera.

Então você conclui que "Sim", novo da Vanessa da Mata, diante do qual você se encontra, é uma pepita de ouro.

Resolve comprar o disco e, em seguida, é surpreendido pela seguinte propaganda:

"Em Ipanema, pelo preço da Uruguaiana."

Meio preconceituosa, vamos.

Pois é a estratégia "brilhante" da Sony/BMG pra vender um "meio" CD da Vanessa, com cinco músicas, por R$9,90.

Na íntegra, com todas as faixas, o disco beira R$ 30.

Diante disso, você se vê inclinado a baixar o CD, porque de pateta já basta o enjoado cachorro da Disney.

Lançado dia 28, em poucas horas o disco já estava na internet. Com literalmente um clique, sem precisar digitar nada, passa da net pro hd. Mais um, e o disco já está rodando no media player. Outro clique, e vai parar no CD-R.

O preço final? R$ 0,80 (oitenta centavos), valor do CD virgem na Uruguaiana.

Como se nota, o preço da Uruguaiana NÃO é R$ 9,90.

31.5.07

DE CABEÇA QUENTE

"Você tá com 'cabelo anos 80'!", conseguiram estragar o meu dia. Veja que o fulano chegou a afirmar ainda que ostento um mullet. Desaforo! Não me dou bem com cabeleireiros, sou o primeiro a levantar o dedo no fundo da sala e assumir. O problema não é com o profissional, este até que me mantém atualizado do casa-separa das celebridades. Eu é que não sei - até hoje! - como pedir o corte mermo. Gosto de gente criativa. Mas dizer que meu cabelo está anos 80 é muito razo, coisa de publicitário vestido de Triton e Levi's 501 enfiadinha na bundinha. Meu cabelo tá sem corte, e mais nada, ô pô!

Quando vou ao salão (isso, eu corto o cabelo num salão, já disse aqui), peço da seguinte forma: "corta quadrado". Não me pergunte o que isso significa. Sei que peço e o edward mãos de tesoura finge que entende. A minha única certeza é que, findo o trabalho, terei de esperar 3 meses pra poder chamar o que vai em cima da minha cabeça de cabelo novamente. Já tive de agüentar um "cabelo Amaury Jr." por um bom tempo, por exemplo. E mais de uma vez. Não queira imaginar, meu chapa. Doutra feita, de cabeça raspada, diziam-me judeu. Na época, a "acusação" (reparou como as pessoas acusam as outras de judeu?) ganhava legitimidade por eu morar no que se poderia definir como um apêndice de Israel.

Veja você que hoje uma amiga - que depois virou caso, que tornou a amiga e agora é pretendente - disse, com charme de Audrey Hepburn, que meu cabelo tá "ixxtaile". Não sei se devo acreditar no elogio, posto que a moça estava claramente tentando arrumar pro café. Mas se estragaram o meu dia no início, ela fez a minha noite cá no fim do post. Não tou dizendo que do elogio fomos direto pra putaria, como nos filmes do Alexandre Frota. Ficamos no plano da dialética, como Sócrates, por enquanto.

De todo modo, continuo sem saber o que é pior: ter um "cabelo anos 80" ou uma cabeleira "ixxtaile".

30.5.07

GOZADO

Li na Lia que o Brasil terá pílula anticoncepcional a R$ 0,30. A notícia completa tá lá no G1. Deu no Globo e em outros jornais também. A medida é parte do programa de planejamento familiar, lançado por Lula e o ministro da Saúde - que vem a se chamar José Gomes Temporão - nesta segunda-feira.

Pô! Piada pronta nao vale, né?

25.5.07

LOST: PERDIDOS COM OS BEACH BOYS

Já assistiu ao último capítulo da terceira temporada?

Good Vibrations, dos Beach Boys, tem papel de destaque na ilha.

Digo um papel fundamental, até.

Good Vibrations, senhores.

Good Vibrations.

UMA DICA

Gosta de música? De bobeira pelo Hell de Janeiro nesta sexta-feira? Então veja a dica que postei lá.

23.5.07

VELHA HISTÓRIA
"Era uma vez um homem que estava pescando, Maria. Até que apanhou um peixinho! Mas o peixinho era tão pequenino e inocente, e tinha um azulado tão indescritível nas escamas, que o homem ficou com pena. E retirou cuidadosamente o anzol e pincelou com iodo a garganta do coitadinho. Depois guardou-o no bolso traseiro das calças, para que o animalzinho sarasse no quente. E desde então ficaram inseparáveis."

Trecho do singelo poema Velha História, de Mário Quintana, cujas linhas inspiraram a diretora Claudia Jouvin a transformá-lo em animação. O premiado curta traz Marco Nanini como narrador.

Assista aqui.

22.5.07

THE OFFICE

Achei aqui.

Resquícios do meu ex-trabalho.

"Novamente venho perder meu precioso tempo pra estar pedindo que concertem urgentemente o botão do mauzi do Portal do Cidadão aqui na Central do Brasil."

Ele perde, até hoje, o precioso tempo pedindo. E eu perdia a minha mocidade, os meus vinte anos, com mensagens como essa.

O que eu quero dizer com isso?

Nada.

Enfim.

É isso.

E sou um bom cristão.

20.5.07

RESULTADO DA PROMO

Os ganhadores dos convites para o JOOST foram:

Angenor de Oliveira
Lia Amancio
Mario Carmo

A resposta correta era:
THE FOOL ON THE HILL, DOS BEATLES

Mario foi o primeiro a acertar.

Lia foi além: "Björk cantando The fool on The Hill. Quer o nome em islandês também? Álfur út úr hól."

Angenor, cheio de ginga, mandou e-mail pedindo um convite na repescagem.

Os três convites acabaram de ser enviados para os respectivos e-mails.

Bom proveito!

18.5.07

JOOST
Dos 7 mil participantes que baixaram a música até agora, somente duas pessoas acertaram a resposta. São três convites para distribuir; falta mais uma resposta certa, portanto. Se até domingo não aparecer, vou distribuir este convite que está sobrando para o primeiro que mandar o endereço de e-mail para o aroundvenus [arroba] gmail [ponto] com.

Os três convites seguirão para os devidos ganhadores domingo.

Demorô.

15.5.07

PROMO ANIVERSÁRIO

Hoje, 15 de maio, o blog completa 2 anos-luz. E aproveitando que o patrão ficou maluco, para comemorar a data, quem ganha presente é você. É o seguinte: resolvi fazer uma pequena promo. Vou sortear três convites do JOOST entre os parcos leitores que freqüentam o Around. Para participar, basta baixar a música e ouvir com atenção. Trata-se de uma versão (em islandês) de um clássico do rock inglês. As três primeiras pessoas que descobrirem o nome da música e do grupo receberá, cada uma, um convite do JOOST. Vai por mim, é moleza.

Mas atenção: não use o espaço destinado aos comentários para responder à promo, pois as respostas serão desconsideradas e os participantes que ali postarem suas respostas, eliminados.

Só serão aceitas as respostas enviadas para o aroundvenus [arroba] gmail [ponto] com junto com o nome do participante e o endereço do seu blog, caso este possua um.

A publicação da resposta correta e o nome dos ganhadores será feita tão logo surgirem os TRÊS acertadores. Boa sorte a todos!

* * * *
Você não sabe ainda o que é JOOST? Bom, grosso modo, é o sistema de TV sobre IP (via internet) em alta definição dos mesmos criadores do Kazaa e Skype, grife que dispensa apresentações. Pode-se dizer que é um super You Tube. Por enquanto, seguindo a tradição, está em fase beta e, portanto, só aberto a convidados. Maiores detalhes aqui. Veja também a propaganda veiculada nas TVs gringas.

* * * *
Só para lembrar que hoje o programa Observatório da Imprensa discutirá a respeiro da biografia de Roberto Carlos. Paulo Cesar de Araújo, autor da obra cassada, estará no estúdio. O rei já avisou que não participará do programa. Proibida nas livrarias, a biografia circula livremente em versão PDF para download, cortesia do projeto Democratização da Leitura.

* * * *
Em tempo, assista ao trecho do programa "Quem tem medo da verdade?", apresentado por Carlos Manga na TV Record em 1968. No vídeo, Silvio Santos defende Roberto Carlos, artista na berlinda do programa de então.

14.5.07

SURPRESA

Não poderia deixar de agradecer aqui ao Alexandre Inagaki pela citação ao Around Venus em seu premiado e bem freqüentado Pensar Enlouquece. Foi uma bela surpresa. Inagaki dispensa apresentações. É uma das figuras mais queridas da web brasileira. Obrigado, rapaz!

10.5.07

XEQUE MATE!


Show de lançamento do "Chega de Falsas Promessas", segundo álbum da Canastra, terça-feira, no charmoso Estrela da Lapa. Uma noite de GALA pra ficar na memória. Só faltou a participação do Lafayette espancando as teclas. Show excelente, disco idem. Quem perdeu, bate a cabeça na parede três vezes. Canastra é festa. E traz a pessoa amada em três dias, sem falsas promessas.

Mais fotos e vídeos do show que você perdeu, AQUI.

O disco, como antecipei aqui no Around, está na edição de maio da Revista Outracoisa. Acabou de sair do forno, portanto.

Próxima chance, no Rio, dia 19/05 no Recanto da Lapa.

Fora da cidade da bala juquinha perdida, dia 10/05, na Obra, em BH.

7.5.07

MEU INVERNO

Diane, I've just entered the town of Twin Peaks. Twelve miles south
of the Canadian border, eight miles west of the state line. I've never seen so many trees in my life! As W. C. Fields would say, I'd rather be here than Philadelphia.

Passei a ingerir consideravelmente mais café do que de hábito - que não era em quantidade indecente, diga-se. Mas não dá para assistir à Twin Peaks, sobretudo às cenas com o Agent Cooper, sem que se tenha uma caneca da negra bebida quentinha ao lado. E que vontade de comer um donut! Mas esta eu não tenho como saciar: não há Dunkin' Donuts aqui no agreste. Então brinco no pão com geléia de damasco e maracujá. Pra ficar bacana tem que ser daqueles de forma, cuja massa - dizem - é feita com iogurte e granola. Falta só uma cherry pie. Conversando com o amigo Thales, notei ainda que não sou o único que, em pleno calor carioca, sinto vontade de pegar o meu casado de lã dentro do armário quando assisto à série. Há várias árvores por aqui, não vou mentir. Mas são árvores ordinárias, amendoeiras e tal. Contudo, é só pôr o Twin Peaks para rodar que a minha casa é tomada pelo cheiro dos pinheiros típicos das florestas temperadas. Há uma fragrância de carvalho no ar também, daqueles usados para construir cabanas, e um cheiro sutil de lareira. Uma umidade tremenda. A cada episódio saio com a sensação de que estou com 39 graus de febre. O inverno carioca está no play do controle remoto.

3.5.07

VAZOU: BJÖRK
Com lançamento marcado para o próximo dia 7, "Volta", aguardado novo álbum de Björk, já está disponível na internet. Timbaland, requisitado produtor de hip hop, divide a produção do disco com a cantora.


O álbum (sexto em carreira solo), cuja capa ilustra o post, você BAIXA AQUI.


Será que cabe um lançamento no Tim Festival desse ano?

Não seria nada mau reviver a atmosfera que tomou conta do Museu de Arte Moderna do Rio, em 1996, quando a pequena islandesa passou com a sua turnê de "Post" pelo Free Jazz Festival, com direito a orquestra regida luxuosamente por Eumir Deodato. Emocionante.

Sem esquecer do Close Up Planet, que a trouxe de volta ao Rio em 1998, desta vez com a turnê de "Homogenic". Cabe aqui uma curiosidade: o show de abertura ficou a cargo de Marcelo D2, que se lançava em carreira solo com o disco "Eu Tiro é Onda".

A apresentação do Free Jazz foi mais charmosa, não há dúvidas. Mas no Close Up eu fiquei de backstage, e isso não tem preço! ;)

Ambos foram inesquecíveis. E que venha o terceiro!

1.5.07

DA SÉRIE SPAM FROM HELL

De: "regininha@"
Para: "aroundvenus@
Data: 30 Apr 2007 16:00:42
Assunto: tesão

"Sou striper virtual e faços shows pagos pela webcam. Após terminar o show eu REMETO a minha CALCINHA usada para o cliente pelo correio. Se tiver interesse, me adecione em reginhinhastriper@... Para saber os preços. Menores de idade e curiosos favor não perderem seu tempo me adecionando. Beijos molhados, Regininha."




Então tá. Vou adEcionar.

25.4.07

ÍDOLOS: UPTADE
(agora com bonus track)


Hoje tem mais uma rodada de testes, às 20h15, no SBT. Aproveitando, segue mais um punhado de vídeos sensacionais. Afinal, tenho que me livrar das tranqueiras que enchem meu desktop.

Maike Eversong é EX-DOMINÓ. Falar o quê, né?

"Vô chegá lôco, espumando; chegá IG, pra cima, TREZE!"
"Quem sabe eu não encontro um investidor que me investe (SIC)?"

Talvez se chegasse UOL rolasse, hein?


Tem ex-Paquitas , também. E com direito a participação especial da Lígia, apresentadora do programa.

Lígia: "As Paquitas estão aí desempregadas e eu vim aqui dar uma força. A gente vai tentar essa oportunidade". No final ao ver - incrédula - uma delas passar para a próxima fase, lascou: "Paquita, desemprego nunca mais! Desencalhei uma paquita, gente!"


Tou até agora tentando descobrir se George Jadão é menino ou menina. Mas que parece aquelas mulheres que bebem cerveja pra dedéu, uma lingüeta de barriga pendurada sobre a calça cargo, boné dos Yankees suadinho pra trás, e que torcem pro Vasco da Gama, isso parece. Nada contra. Cada um na sua, feito propaganda de Free. Serinho.

Ainda bem que o Renan Farias é bonito e sabido: "Beleza conta bastante. No caso, pra mim, isso causa alguns problemas. Mas eu não me BREocupo BURGÊ eu tô assim porque eu gosto, porque eu me sinto bem e porque eu preciso tá assim pro tipo de TRABALHO que eu faço". Gostei da sobrancelha. Bacana.

De São Gonçalo, Niterói, para o mundo: Naiara Terra. Apesar de ter cantado com a boca cheia de bolinhas de gude, gostei. Mandou "Fim de Tarde", da Cláudia Telles. Não vou dizer que até baixei o mp3 porque você não vai acreditar mesmo. Deixa quieto. Atenção para a blusa SHOW do Thomas, o jurado que mete marra de gatinho. Estilo aquelas que a sua mãe, de volta do shopping, traz da Leader achando que é a sua cara.

Junior Artista já tem 181,220 visitas no Youtube. E digo mais: esse é gênio. E falo sério. Seríssimo. Mermo.

Kéllin Cristian, a professora "boitatá", é um assombro. Mas a Julie Philippe é uma graça, porque nem só de gente tosca é feito o programa.

Quem cantou a melhor música, entretanto, foi Clayton Follman. A letra de "Touro Gay" é demais!

Não tem tempo para assistir ao programa? Taí o torrent.

* * * *
Tudo muito bem. Mas Jérome cantando o tema do Cavaleiros do Zodíaco - em JAPONÊS - na edição francesa do programa, é viciante. Merci, Jérome!

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Já estava esquecendo. Ótima matéria sobre o Ídolos, feita por Arnaldo Branco, publicada na edição de abril da revista Bizz . É só deitar o mouse aqui e sair lendo.

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Atentendo ao pedido de Thalito nos comentários:

Baby Brilho
Marli Ramos

BÔNUS:

Thomas se estressa com o resto dos Jurados: "O sujeito canta duas frases e vocês já dizem não, então vocês são gênios. Eu não sou. Eu sou brurro. Desculpa diretor, eu sou burro. Eu preciso ouvir mais. Vocês estão querendo aparecer mais do que o candidato, bicho. Porra, vamos trabalhar."

Johannes, o alemão com a cara cromada de serial killer. "Eu sou brasileirra, nasci em Nuremberg."

Pra fechar de vez a série de vídeos, uma pepita de ouro que acabei de achar. Essa é *A* fonte!

23.4.07

BRUNO CHATEAUBRIAND ARRASA


O príncipe do Edifício Chopin faz uma visita ao apartamento de Narcisa Tamborindeguy, em Copacabana. O vídeo partence ao "novo" programa Viva a Noite, exibido aos sábados - tal qual no século passado - pelo SBT. Rola sonho maluco também. Igualzinho.

Bruno: "Narcisa, depois que você berrou muito pela janela, chamou todos os hóspedes do Copacabana Palace, mostra pra gente agora o seu closet, onde você se prepara pras suas grandes recepções. Do que você mais gosta?"

Narcisa: "Ah! Eu só trago água benta de Nova Iorque. A de lá é melhor, tem mais poder. A minha água benta é estrangeira!" (desnecessário dizer que, em seguida, jogou a água sagrada debaixo do suvaco como se fosse Rexona. Também não vale a pena dizer que borrifou na XAVASCA, pra apagar o fogo entre as pernas)

Péra. Você não conhece o Chatô? Não adianta procurar na Wikipédia, lá o verbete se resume a isso: "Bruno Chateaubriand é um socialite carioca, homossexual assumido e namora com seu antigo amigo de escola André Ramos."

Mas se você assiste ao Amaury Jr. (vinhetinha fina) sabe que o rapaz é um luxo só. Chatô é arroz de festa do programa. Amaury adora o príncipe, tanto que Bruno também apresenta um quadro no Flash. É querido no Orkut também.

A boca do Bruno vale o vídeo. Parece que tá cheia de ploc monster. Que boca, rapaz. Que boca!

19.4.07

SUPER HIRO
Sucumbi à Heroes. É que eu tava ficando sem assunto nas rodinhas. Afinal, já não tenho fotolog e odeio orkut, o que restringe meu círculo de amizade e limita em 50% meu convívio social. Falar sobre Lost também não tava ajudado muito, tornou-se démodé. Mas depois que passei a baixar Heroes voltei a ter amigos. A série é batata, rapaz! O problema é que o download dos último episódios engasgou. Parei no décimo. Tou em defasagem, saca? Nego já começou a se afastar. Uma lástima!

Tou frenético no Twin Peaks, entretanto. Peguei o box da primeira temporada e chamei no rec. Na caixa, o aviso de que o DVD era protegido contra gravação. Um aviso tolo, daqueles feitos para serem ignorados, tipo "cigarro causa câncer". Deitei o disco no drive e em 10 minutos já estava no Memorex boladão da rua Uruguaiana (R$ 1,20, original). Hoje encaro a maratona Twin Peaks madrugada adentro. Guenta aí, Laura Palmer!

Mas agora vou ali assistir ao episódio 17 da terceira temporad de Lost que acabou de chegar. É pra ter assunto com a minha sobrinha de 6 anos.

* * * *
UPDATE:
Acabei de assistir ao 17°, o mesmo que foi ao ar ontem nos EUA pela ABC. É isso mesmo o que vocês estão vendo o Desmond segurar: um exemplar de Ardil-22, de Joseph Heller, editado pela Record, em português! Mais detalhes, tia wiki resolve. O encalhe vai vender feito paçoca em ônibus agora, aposto um braço e uma perna.

17.4.07

'ESSE PEQUENO APARELHO CARREGA MIL MÚSICAS'

A Apple acaba de superar a marca dos 100 milhões de iPods vendiddos, foi a notícia do dia. Isso faz com que eu tenha finalmente um motivo para postar o vídeo da Apple Music Event 2001, quando o iPod foi apresentado ao mundo pela primeira vez por Steve Jobs. Era um aparelho jurássico, comparado com os modelos atuais. Se você acredita em mim, o vídeo vale cada minuto de conexão.



Ao final da apresentação, Steve exibiu o seguinte vídeo promocional. Emocionante.

12.4.07

DO TELECAT À TELEVENDA
O Unibrow preparou uma lisita com os 20 melhores temas de abertura de séries feitas para TV. Lá estão vídeos de "Sanford & Son", "Charlie's Angels", "Hawaii Five-O", "Magnum", "Fantasy Island" e outros clássicos. Quem papou o primeiro lugar, de acordo com o site, foi "The A Team", conhecida na colônia como "Esquadrão Classe A".

Tremendo sucesso do SBT nos 80, juntamente com "A Super Máquina" e "O Super-Herói Americano", a série tratava do dia-a-dia de quatro ex-militares perseguidos por um crime que não haviam cometido e que, para sobreviver, lutavam clandestinamente como 'soldados da fortuna', como ficava claro logo nos créditos de abertura. Em outras palavras, eram mercenários.

Um dos mais carismáticos personagens do Esquedrão, o sargento Baracus (B.A., para os íntimos) era interpretado pelo figuraça Mr. T. Baracus não só pilotava o furgão preto e vermelho que levava o grupo para as mais mirabolantes aventuras, sonho de consumo de 10 entre 10 moleques da época, como também tinha habilidade ímpar em construir - com sucata que encontrava pelo caminho! - os mais diversos tanques e aparatos de guerra. Era uma espécie de McGyver marginal. Não à toa, ídolo da molecada. Aliás, Mr. T faturou o papel de B.A. graças à popularidade adquirida por conta da sua participação em "Rocky III", no qual interpetou o lutador Clubber Lang, desafiante da hora de Rocky Balboa nos ringues. Vale dizer que T começou a carreira como lutador de telecat. Também não é demais lembrar que, falido, terminou vendendo bugingangas para cozinha em programas toscos de televendas.

No elenco de "Esquadrão Classe A", merece destaque também a presença de George Peppard, ator que fez par com a linda Audrey Hepburn no clássico "Bonequinha de Luxo", baseado na novela homônima de Capote. Na série, porém, ele assumia o papel de Hannibal, o coronel canastrão que não tirava o charuto babado na boca. Era o líder do bando. Uma marra só.

Por conta da série, a Glasslite engrossou a receita vendendo cópias do furgão movido a fricção e action figures dos personagens. Não eram caprichados, os brinquedos. Vendiam como pão quente, no entanto.

A lista completa você confere aqui.

*A propósito, senti falta de uma série de que eu adorava. Um post em breve. Quem tiver seus vinte e poucos anos lembrará.

* * * *

No embalo...

Imprima e monte o seu prórpio furgão de papel!

Não são todos. Muitos ficaram de fora. Mas são quinze temas de abertura espalhados por diversas décadas. A idéia é a seguinte: você ouve os trechos e, na coluna da direita, ao lado da foto correspondente, marca a série a qual pertence. É um quiz.

6.4.07

ÍDOLOS
Pro inferno, o Alemão! Bom MERMO é Ídolos. Se tem um reality show que eu não perco é esse. Não tem papo. Ídolos ruleia!

Pois a nova temporada mal começou e a bizarrice já rola solta.

Raja California Redwood, a versão psicotrópicos do Robson "anjinho" do Raul Gil, veio logo botando bronca: "Cheguei aqui não correndo atrás de um sonho, mas fazendo por merecer". Em seguida foi tomado por uns tiques nervosos, mexeu a cabeça pra lá e pra cá, deixou a energia correr de cima a baixo, dos olhos ao olho, e completou: "Eu tou me firmando na grande força da 'transcendouniverso' pra poder... Eu tenho fé na minha geração!"

E cantou. Cantou e dançou muito, só vendo. Artista de fé, não economizou na mise-en-scène. Mas os jurados são implacáveis, rapaz. Uns insensíveis. Raja California levou um não, bateu no peito e bradou: "Eu sei o que que eu carrego dentro desse aparelho!".

Filosofou, também: "A diferença entre loucura e genialidade se mede através do resultado."

E concluiu: "Eu ganhei quatro 'nãos' e eu tou aqui chorando. Esse foi o meu resultado."

Gênio.


Thiago Felix, o Zion, errou o caminho da rave e baixou no programa. Antes dos jurados começarem a "entrevista", o moço já foi desenrolando o pergaminho: "Eu tenho uma missão, tenho uma visão Nova Era. Eu procuro tá sempre vindo buscar inspirações e VISÕES. Quando eu chegar nos jurados, poxa, os olhos deles vão brilhar como se a minha energia, minha música, tivesse SOANDO no CORAÇÃO de cada um. A minha presença ali não é só minha vontade, mas sim do COSMOS, de uma FORÇA MISTERIOSA que me trouxe ali."

Desandou a falar feito os meus pais quando brincavam, enrolados no lençol, de Jesus Cristo Superstar no quintal de casa.

E veio finalmente a "entrevista":

Thomas: O que você faz da vida?
Zion: Eu sou artista, cara.
Arnaldo: Trabalhar que é bom, nada, né? Você tá só no verão...
Miranda: Concentra. Tá vendo essa bola de luz na tua frente? Concentra nela. Isso. Vai acalmando, vai acalmando... Agora canta.

Zion saiu praguejando aos quatro cantos: "Um dia vocês ainda vão ouvir falar de mim", e alertou: "A Nova Era tá vindo aí, meus amigos..."

Papai tá esperando até hoje.



Arnaldo Saccomani também levou o dele.

Ora, depois disso, só Marx Josef, o Axel Rose da caatinga, pra salvar o dia de audição. O filho do Lucas (pra quem viu a primeira temporada), também não fez feio.


Agora é o seguinte, meu chapa, mas essa Thaeme Mariôto, a sósia da Sandyjunior, é demais. Pra mim não precisa nem cantar. Já levou. O que ela quiser - com e sem duplo sentindo. De mim, já furtou meus planos, meus pobre enganos, meus vinte anos e meu coração. ;)