9.6.06

NA RODA DA FORTUNA
Tenho estudado com afinco o mercado financeiro, e ando dedicando boa parte do meu tempo às cifras. Nunca fui um entusiasta da área; em verdade, corria de números com o mesmo pavor que fugia do óleo de ríceno - uma colher cheia. Nunca dediquei atenção ao caderno de economia. Desprezava-o com a naturalidade de quem separa os classificados para enrolar o pescado recém trazido do mar. Mas, veja você: hoje tenho ido ao caderno de economia como quem vai de encontro à menina enamorada. Há dias, inclusive, em que esta é a única parte do jornal que leio. Cheguei ao cúmulo de alternar a leitura do Noel Rosa com a de revistas especializadas, sites de análises do mercado e livros técnicos sobre economia. Se não funcionar, pelo menos vai dar samba.

Acredita que, semana passada, fiquei realmente tenso com o tremor que houve no mercado finaceiro mundial por conta da divulgação da nova taxa de juros americana? Pois é. Nem eu.

O quadro era o seguinte: criou-se uma turbulência, sobretudo na economia dos países em desenvolvimento (Brasil, principalmente), em torno da expectativa de uma inflação mais alta nos Estados Unidos. A alta levaria o Federal Reserve (Banco Central Americano) a subir os juros daquele país a fim de conter o ritmo de expansão americano. Na prática, a medida faria com que os investidores abandonassem as aplicações nos mercados emergentes (Brasil), mais arriscados, e procurassem refúgio nos papéis americanos, mais seguros. A conseqüência da manobra seria a interrupção do fluxo de dólares para o Brasil. Por sua vez, os investidores locais correriam para comprar dólar como um meio de proteção para as suas finanças, o que elevaria a cotação da moeda americana e, conseqüentemente, derrubaria o Real, trazendo o fantasma da inflação e desestabilizando toda a economia do país. Em poucas palavras: crise braba! Não à toa passei a semana roendo as unhas. E foi até o sabugo. Só eu sei a dor, rapaz.


Mas passou, ainda que por hora. E eu retomo meu plano de enriquecer. Quero fazer meu primeiro 100 mil. Sou modesto. Estou me preparando para entrar na jogatina da bolsa de valores. Quero nadar em dinheiro. Encher minha piscina de petróleo. Especular com quantias incontáveis. Acender charuto com nota de 100 dólares. E é sério. Entrei numa. Tenho dessas coisas. E vou ficar tão chato quanto esse post que você acabou de ler.

3 comentários:

Anônimo disse...

Que medo de você, cara!

Anônimo disse...

Não me venha pedir dinheiro emprestado, seu, seu... ASSALARIADO!
HEHEHEHEH

Anônimo disse...

acho interessante.

consegui um emprego!!!
finalmente... hehehehe

ainda não cliquei no link que você mandou.
ah! eu prefiro que você mande os e-mails para o putz.a.camila@gmail.com, quase não olho o hotmail...

;o*