30.6.05

SUÍÇAS
Acordei cedo, já que tinha hora marcada no cabeleireiro (sim, eu corto a careca com um coiffeur!). Então, para dar tempo de cuidar da peruca antes de tocar para o trabalho, meti-me num ônibus relativamente crowdeado cheirando a povo e fui de encontro à tesoura. Deveria saltar na praia de Icaraí, mas só fui me dar conta de puxar a cordinha em frente à Sendas do Ingá. Raiva! Tive de andar feito um zumbi, mochila nas costas, por quase um quilômetro pela orla, que não cheirava muito bem. Abandonado pela disposição, que preferiu ficar na cama, cheguei ao salão e fui logo conduzido pela pequena a uma cadeira onde eu deveria esperar (o cabeleireiro estava finalizando uma balayage numa dona que, com uma revista Caras no colo, comentava preocupadíssima as constantes trocas de maridos da Ana Maria Braga).

Espera... espera... Curiosamente a copeira não me ofereceu o cafezinho habitual. Espera... Também não me apresentou o leque sortido de revistas. Espera... Água nem pensar. Espera... A balayage já tava durando mais do que a minha paciência; no entanto, a necessidade de dar fim ao mullet era maior. Lá pelas tantas o hair stylist (agora tá na moda chamar assim, né?) apareceu e, cheio dos malabarismos, desbastou com maestria o capacete que já tomava forma no topo da minha cabeça. Findo o trabalho, que durou ridículos minutos, espanou-me, girou a cadeira, deu-me um tapinha na cabeça e bradou: "tá pronto, jovem!", despachando-me direto para o caixa.

A brincadeira me deixou dezessete contos menos rico. Vinte, se levarmos em consideração o agrado que deixei aos criados.

Lá fora, olhei num espelho e senti que algo não ia bem. O cabelo tava ok; nem bom, nem ruim. Apenas ok. Mas então que diabos estava errado? Olhei mais um pouco, agora virando a cabeça pro lado:

PUTAQUILPARIU, onde foram parar minhas costeletas??

3 comentários:

Anônimo disse...

ai, não acredito q ele fez isso!
bjim
:***

Anônimo disse...

3 reais de gorjeta??

Duvido Emiliano!!!

Anônimo disse...

Pois é... Uma fortuna em gorjeta, rapaz.